25/03/2014

"The Book Thief", de Markus Zusak


O livro de que se fala. De quem toda a gente fala... e que deu um filme. De quem toda a gente fala também...
Comprei-o no aeroporto de Gatwick, enquanto esperava pelo avião que me traria de volta e paguei umas inacreditáveis 7,99£ apenas...
E, agora que terminei a leitura, acredito naquela crítica que li, que dizia que quem lê este livro não volta a ser a mesma pessoa.
Talvez tenha ajudado um pouco associar à personagem de Hans, o Papá, a figura bonacheirona do Geoffrey Rush, que é quem interpreta o papel no filme, e conhecer a doçura do rosto da actriz que dá vida à fascinante Liesel Meminger... talvez isso tenha ajudado. Mas o livro vale por si só.
O narrador que nos conta a história é a Morte. E acreditem que é, talvez, o narrador mais charmoso e amável que já conheci, cheio de respeito pelo leitor, dando as respostas rapidamente, nada de artificialismos que fazem crescer o suspense...
A nossa "book thief" (porque "book thief" soa infinitamente melhor do que "ladra de livros" ou "rapariga que roubava livros") vive com os seus pais adoptivos nos arredores de Munique, em plena Segunda Guerra Mundial e a Morte, que ocasionalmente, no meio do circo que é a Huminadade, encontra alguém que a faz parar e interessar-se, cruza-se com Liesel diversas vezes e observa-a e admira-a. E dá-se ao trabalho de nos contar a sua história, e a do homem com o coração no acordeão, da mulher com rosto de papelão e a palavra Saumensch sempre na ponta da língua, do Judeu que ficou encandeado pela luz das estrelas numa noite de bombardeamentos, e do rapaz que teria para sempre cabelo cor de limão.
Vi o filme na véspera de terminar a leitura. É belíssimo e, ainda assim, sabe a tão pouco! É um livro maravilhoso! E é o meu souvenir de Londres!

23/03/2014

Um ano

Há um ano atrás eu tinha um amor novo, recente. Há um ano atrás o ar tinha começado a ter cheiro e as coisas, todas as coisas, passaram a ter um outro encanto, se me faziam lembrar dele, ou uma outra insignificância, se nada tivessem a ver com ele.
Há um ano atrás eu tinha finalizado um percurso sinuoso, vertiginoso, para abraçar algo novo; para me deixar abraçar, o que também era algo novo.
Há um ano atrás tudo o que eu tinha era um amontoado de anos mais ou menos iguais, mais ou menos mornos. Hoje, um ano inteirinho depois, tenho uma nova colecção de risos e recordações. Não imaginaria nunca o que poderia mudar num ano; tanta coisa! Toda a minha forma de ver a vida e os outros!
E, agora que já passou um ano, dia após dia dou por mim a pensar "há um ano fizemos isto", ou "há um ano fomos ali pela primeira vez", ou "há um ano nasceu esta brincadeira"... Há um ano atras eu estava a apaixonar-me pelo meu amor.
Os dias estão a ficar novamente soalheiros e quentes e eu sinto em mim aquela excitação de me estar a apaixonar outra vez porque, agora que já passou um ano, eu já posso pensar "no ano passado fizemos assim e fomos ali", e isso enche-me de vontade e de expectativa para ver o que o nosso segundo ano nos ira trazer. Apaixonar-nos de novo!

"Ao Sabor do Momento", de Melissa Bank

Ouviram falar da loucura da Editorial Presença? Pois eles publicaram na sua página do Facebook que havia livros grátis...e era verdade... fazia-se Like, seguia-se algumas instruções, partilhava-se com os amigos e eis uma lista com dezenas de livros, dos mais variados géneros, que podíamos escolher e só teríamos que pagar os portes de envio (2,80€). Eu ganhei três. O meu respectivo ganhou outros tantos e teve a fineza de mos oferecer... quem tem um Amor maravilhoso, quem é? =)
É certo que a esmagadora maioria dos livros não eram best-sellers ou de escritores muito conhecidos... mas eram livros grátis, bolas! E escandalizou-me um pouco a lata de algumas pessoas que postaram comentários a desdenhar dos livros disponíveis... Enfim...
 
Este livro foi um dos que veio parar cá a casa à conta do dito passatempo. E que deliciosa leitura, foi... Tão ligeiro e bem disposto. Estava a precisar de um livro pouco absorvente, leve e alegre e deu-me um enorme gosto lê-lo... A nossa personagem principal e narradora é muito pouco "heróica", muito pouco admirável, muito pouco coerente... É uma rapariga oriunda de uma família judia, mas que não é muito dada nem à religião, nem às pessoas, nem a coisa nenhuma, para dizer a verdade... É incongruente, mas é carente e cheia de boas intenções e desejos de auto-aperfeiçoamento... Uma personagem que podia ser qualquer das pessoas que encontramos na rua todos os dias. Ainda assim, é uma narrativa interessante e calorosa. Viva a Editorial Presença! =)

08/03/2014

"Vôo Final", de Ken Follett

 
Este senhor, o mestre, o rei, o supra-sumo dos thrillers (e dos Pilares da Terra)... este senhor deixou-me muito mal. Abandonei o livro. Eu nunca faço isto. Mas teve que ser. Abandonei a leitura à página 180, não se pode dizer que não lhe dei uma oportunidade... Mas se a história está a ser reles até à página 180, desconfio que não vá melhorar.
Não me puxava. Não vi uma história ou trama ou o famoso frio na barriga que os thrillers provocam. As personagens não me despertaram simpatia ou interesse.
Segunda guerra mundial; uma Dinamarca ocupada e uma fina rede de espiões que tenta apurar se os nazis têm no país ocupado alguma espécie de radar ou tecnologia que lher permite saber informações acerca dos movimentos da RAF britânica. Até aqui tudo muito bem, mas aquilo é uma novela. Um jovem Harald Olufsen, que é irmão de Arne, piloto da força aérea dinamarquesa, noivo de Hermia, que está na Inglaterra e lidera as operações de espionagem aos nazis, comunicando com Poul, que é namorado de Karen, por quem Harald se apaixona... Uma salgalhada! Medonho!

07/03/2014

"A Herança Bolena", de Philippa Gregory

 
Desta senhora já li "Duas Irmãs, Um Rei", "A Rainha Vermelha" e "A Rainha Branca"... A mulher é uma doida, especialista em literatura do sex. XVIII, mas com uma panca tremenda pela história da Inglaterra, sobretudo o período da Guerra dos Primos e da dinastia Tudor...
Todos os livros dela que li até aqui tinham o condão de nos transportar para a respectiva época; as narradoras sempre participantes, sempre contando a história na primeira pessoa, sempre femininas, num mundo governado por homens quase sempre cruéis.
Neste caso particular, a história é contada a três: após a tragédia da morte de Ana Bolena, segunda mulher de Henrique VIII, Ana de Cléves vem para Inglaterra para ser a nova rainha; ela é uma das narradoras; as outras são duas das suas damas de companhia, Jane Bolena e Catarina Howard que, por motivos diferentes, desempenham papéis importantes nos acontecimentos históricos narrados.
Há sempre uma mistura subtil de História e ficção, é muito envolvente e mesmo emocionante penetrar nos dramas e traições desta corte maravilhosa e cruel.
Desconfio que seja particularmente do agrado de leitoras femininas... digo eu... =)

05/03/2014

Voltei...

...foi pouquinho. Dois dias completos em Londres, mas não dava para mais, por questões de agenda, de tutão e da minha ansiedade por estar fora do ninho... =)
Mas foi magnífico! Andei quilómetros e ganhei uma bolha no pé mas vi (quase) tudo o que havia para ver e tenho a certeza que seria impossível aproveitar mais e melhor do que eu fiz.
Para quem conhece bem as ruas do Porto e a sua linha do Metro, Londres é um pouco familiar, ainda que numa escala maior. É fácil orientarmo-nos; não é fácil entender as pessoas, mesmo que se domine o Inglês. É uma cidade frenética. Não se pode hesitar. Se se hesita na saída do metro há logo alguém que pede licença ou vem contra nós; se se pára na rua para uma foto, somos abalroados. Se vamos atravessar a rua, temos que olhar para todos os lados porque mesmo que não venham carros (e nunca se sabe se vêm da esquerda ou da direita) é bem provável que venha de lá uma bicicleta com um ciclista muito impaciente a pedalar. Se se pede uma sandes numa cafetaria mas não se pedir um talher ou um guardanapo ou uma bebida também ninguém pergunta se os queremos. Se vamos numas escadas rolantes temos que ir sempre encostados à direita porque há gente que sobe ou desce as escadas a correr, apesar de elas serem rolantes. É tudo frenético. Hesitar leva a atropelamentos e insultos.
Ouvi tanto português como inglês. E italiano. E francês.
Em todas as esquinas há surpresas e histórias e imagens conhecidas de filmes, documentários ou fotografias.
E há narcisos. Em todos os canteiros, em todos os jardins. Muitos narcisos amarelos, a minha flor favorita!
E é tudo caro. A comida é cara. Os transportes são caros. Mas a cultura é barata. Visitei dois dos melhores Museus do mundo (o Museu de História Natural e o Museu Victoria & Albert) de borla e comprei um livro que cá custa 19,99€  por 7,99£, que dá menos de 10€.
Estou apaixonada!
Prometo algumas fotos para breve... =)

01/03/2014

Bem....

Vou só ali a Londres e já venho!
Bom inicio de semana para todos!!!