O livro de que se fala. De quem toda a gente fala... e que deu um filme. De quem toda a gente fala também...
Comprei-o no aeroporto de Gatwick, enquanto esperava pelo avião que me traria de volta e paguei umas inacreditáveis 7,99£ apenas...
E, agora que terminei a leitura, acredito naquela crítica que li, que dizia que quem lê este livro não volta a ser a mesma pessoa.
Talvez tenha ajudado um pouco associar à personagem de Hans, o Papá, a figura bonacheirona do Geoffrey Rush, que é quem interpreta o papel no filme, e conhecer a doçura do rosto da actriz que dá vida à fascinante Liesel Meminger... talvez isso tenha ajudado. Mas o livro vale por si só.
O narrador que nos conta a história é a Morte. E acreditem que é, talvez, o narrador mais charmoso e amável que já conheci, cheio de respeito pelo leitor, dando as respostas rapidamente, nada de artificialismos que fazem crescer o suspense...
A nossa "book thief" (porque "book thief" soa infinitamente melhor do que "ladra de livros" ou "rapariga que roubava livros") vive com os seus pais adoptivos nos arredores de Munique, em plena Segunda Guerra Mundial e a Morte, que ocasionalmente, no meio do circo que é a Huminadade, encontra alguém que a faz parar e interessar-se, cruza-se com Liesel diversas vezes e observa-a e admira-a. E dá-se ao trabalho de nos contar a sua história, e a do homem com o coração no acordeão, da mulher com rosto de papelão e a palavra Saumensch sempre na ponta da língua, do Judeu que ficou encandeado pela luz das estrelas numa noite de bombardeamentos, e do rapaz que teria para sempre cabelo cor de limão.
Vi o filme na véspera de terminar a leitura. É belíssimo e, ainda assim, sabe a tão pouco! É um livro maravilhoso! E é o meu souvenir de Londres!