Sou católica. Das praticantes. Embora não perceba fundamentalismos ou idas a pé a Fátima. Já me envolvi em discussões mais ou menos acesas contra quem, não contente com ser ateu, faz questão de tentar convencer os outros de que a Fé é estúpida. Não gosto disso. Eu não digo a um ateu "tás errado e eu tou certa", digo-lhe "eu acredito por isto; tu não tens a mesma experiência, é pena...". Já eles, dizem, e com maus modos, "estás errado, o teu Jesus é uma fraude, o teu Deus é um palhaço e o teu Papa é um chulo".
O meu amor deu-me um terço, comprado a uma senhora velhinha que os vende numa banquinha, julgo que no Dolce Vita do Dragão. As contas são pedrinhas brilhantes como pérolas e o que as une é uma renda finíssima. Vem num saquinho feito da mesma renda e é uma peça delicada que adorei receber e que anda sempre comigo, na mala. Não está benzido. Não preciso. O padre que mo benzeria e o coro de pessoas que andam sempre de volta dele desiludiram-me em grande escala nos últimos meses/anos. Como na política, também na religião um grupo minoritário impõe as suas ideias e lança simpatia e dons às mãos cheias aos que lhe podem dar algum benefício. Os restantes, não interessam, não importa agradar. Não se perdoa. Recusa-se catequese a uma menina que, por ser filha de pais separados e ir passar os fins de semana alternadamente com um deles, só pode frequentar a catequese semana sim-semana não, porque o pai vive noutra terra. E assim, a menina não precisa ir incomodar-se porque de qualquer forma não vai respeitar o limite de faltas estipulado.
Eu não quero um padre destes a benzer o terço dado pelo meu amor. Não quero um padre que diz aos fiéis, durante a homilia, em que candidato às Autárquicas devem votar. O meu terço vale mais do que isto, só por ter sido bordado por uma senhora velhinha e por ter sido comprado pelo meu amor e oferecido com amor.
Acredito no meu Deus, rezo ao meu Jesus, mas que eles estão muito mal representados nesta Terra, isso estão...
Subscrevo em absoluto as suas palavras, relativamente à tese que defende sobre a representatividade de entes divinos na terra. Qualquer fundamentalismo é sempre perigoso, quer seja o dos crentes quer dos não crentes.
ResponderEliminarmmm's, obrigada pelas palavras!
EliminarNão sei se, nas visitas ao meu estaminé, percebeste qual a minha crença. Tenho fé e ela aguça-se cada vez que o calo aperta. Mesmo o mais fervoroso ateu, quando a coisa fica preta, diz um "ai meu Deus" ou coisa assim. Apesar da educação católica não impingirei catequese aos meus pequenotes; não me agrada que tenham aulas sobre a bíblia, quero que a leiam se quiserem e a interpretem à sua própria maneira, que pensem por eles.
ResponderEliminarEsse padreco não é caso único mas pensava que tinham diminuído de número após o 24/04.
PS: foi numa caminhada a pé até Fátima que a minha vida mudou. Fui mais por brincadeira do que fé mas parece que aconteceu um milagre no caminho :D
Catsone, meu caro, ando um bocado ausente mas estou a tentar regressar à velha forma e em breve lá passarei pelo estaminé a ver como andam as coisas! =) a meu ver, a religião é uma questão cultural e, como tel, tem que ser ensinada. Assim, a catequese é importante. Na medida certa, claro.
EliminarObrigada pelo teu testemunho de peregrino. =)
Não te conheço, tu não me conheces, mas até ver respeito-te. Sou ateu. Não te vou esfregar esse facto na cara, porque simplesmente não sou assim, mas não se pense que o gosto de ser. Tu tens uma coisa que me fascina imenso - fé.
ResponderEliminarAdmiro a fé dos outros, fascinam-me os sacrifícios que aqueles que realmente acreditam fazem por uma entidade que não lhes está garantida (isto, quando é a sério, quando é por fé verdadeira e não para mostrar aos outros).
Haja respeito, portanto.
Rafael, obrigada pela visita... e pelo respeito. Bem vistas as coisas, ando a dar-me com o tipo errado de ateu... =)
ResponderEliminarUma religião tem que aceitar o homem como ser que falha e como ser como personalidade própria e enquanto assim não for não conseguirá ser aceite por aqueles que conseguem pensar e não são fanáticos. Falando da religião católica acho que este Papa está a conseguir fazer dela uma religião de seres humanos para seres humanos. Quem está à frente de uma religião tem que ter uma imagem de alguém superior ou então só conseguirá manchar. Aqui ser superior significa compreender, ajudar e aceitar os erros dos seus seguidores, tentando que eles se emendem mas nunca marginalizar. Beijnnhos
ResponderEliminarFelizmente também há representantes à altura...são esses que ainda me fazem acreditar que esta não é certamente a Igreja que Jesus quer (ainda) mas há-de ser. É um desafio de todos os cristãos mudar isto...um desafio difícil e exigente. Mas o NOSSO Jesus é muito atento =) e os pequenos nadas que damos têm um grande poder transformador. Não acredito numa Igreja que exclui. Acredito na Igreja de Jesus, que Ele próprio fundou e que era impelido pela força amorosa e renovadora do Espírito...É essa que é necessário fazer voltar. Aos poucos vamos lá... =)
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