24/01/2014

"Onde Crescem Limas Não Nascem Laranjas", de Amanda Smyth


Comprei o livro em 2010... Sim, a sinopse agradou-me mas confesso, envergonhada, que me deixei levar assim que vi a capa... =)

Na altura, a leitura revelou um livro frouxo, como acontece tantas vezes. As ilhas de Trindade e Tobago são o palco onde se desenrola a história. Celia foi criada pela tia Tassi, porque a sua mãe morreu ao dá-la à luz e o pai é um inglês que nunca a conheceu. Sentindo-se sempre desajustada daquela vida, sonhando com o pai e uma vida em Inglaterra, decide fugir de casa, na aldeia de Black Rock, em Tobago, depois de ter sido violada pelo tio, um homem cruel e alcoólico. Parte para Trindade e ao longo do livro vamos acompanhando os seus dias, o trabalho, a descoberta do amor, das suas alegrias e da infelicidade do abandono... Sempre com uma previsão dada pela velha adivinha da aldeia a pairar sobre a sua cabeça como uma nuvem negra: o seu destino seria infeliz; quem amasse, iria partir-lhe o coração, assim como ela partiria o coração de quem se interessasse por ela.
Voltei a lê-lo nestes dias. Tinha a firme convicção de que me desagradaria igualmente e o destinaria a alguma venda ou troca pela internet. Mas soube-me bem!
A narrativa é lírica, quase noveleira. Encanta a descrição da natureza do arquipélago, das plantas, do calor, do quotidiano dos trópicos. Embora a heroína não desperte particular admiração ou empatia, fui-lhe seguindo os passos com certo interesse e compadeci-me do seu infortúnio. Quem sabe? talvez me tenha comovido por agora, ao contrário da primeira vez que li, saber o que é ter um amor e sentir o terror de o ver desmoronar? quem sabe?
Para já, não o vou vender ou trocar. Vai continuar na minha estante. A sua bela capa.

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