Diz-se que os índios na América do Norte recusavam posar para fotografias, por temerem que o seu espírito ficasse aprisionado naquela imagem estática.
Se houver alguma verdade naquela crença, gosto de pensar que as milhentas fotografias onde apareço a sorrir, nos sítios onde fui feliz, onde a minha mão foi segurada e onde os meus ombros foram abraçados, guardam em si um fragmento do meu espírito, que continua a existir feliz, como se num universo paralelo, eterno.
Também tenho fotografias onde o meu sorriso não se estendia aos olhos. O sorriso só surgiu porque faz parte, sorrir para a fotografia, mas os olhos não enganam. Não consigo resistir à tentação de comparar umas com outras, como naqueles jogos de "Descubra as Diferenças". O rosto é o mesmo, mas há meia dúzia de diferenças entre as imagens. Essas, eu não acredito que contenham o meu espírito. Nessas, onde estou triste, acho que foi o meu Espírito Original, aquele que permanece comigo, que lascou e preserva a memória triste daquele momento de sorriso de faz-de-conta.
Nunca olhei para as minhas fotografias assim... Hei de vasculhar nos velhos retratos para ver se lá descubro o meu espírito. Isso se eu conseguir reconhecê-lo. :)
ResponderEliminarEu faço-o tantas vezes, Luisa! É um exercício curioso de reconhecer a nossa antiga luz e personalidade... Experimente!
EliminarTal como a Luísa eu também nunca fiz esse exercício. As fotografias digitais travam um bocado esse exercício e eu não tenho por hábito passa-las para papel. Beijinhos
ResponderEliminarMary, isso pode ser interpretado como um sinal de que e passo demasiado tempo a olhar para recordações do passado e preciso aprender, com pessoas como tu, a estar mais no presente. =)
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