31/07/2011

"Qual é o melhor dia pra casar..."

"...sem sofrer nenhum desgosto?
O 31 de Julho porque depois entra Agosto."


Passei parte do dia a cantarolar esta música... Acordei após 4 horas de sono, não porque sofra de insónias mas porque fui aproveitar a festa fluorescente nas piscinas... Com direito a pinturas faciais e tudo! De modos que caí na cama às 4h30 mas às 8h30 já estava a pé e, surpresa das surpresas, bem humorada!

Mandei mensagem de aniversário simples, mas profunda e sincera, ao amigo que já não o é e, ao invés do "obrigado" seco que esperava, e que me deixaria indiferente, veio um "muito obrigado por te teres lembrado" e beijos, que me deixaram triste, saudosa, e outras coisas confusas e desconfortáveis.

E estava a ouvir esta quando a dita mensagem chegou...





Seagull, dos Bad Company

27/07/2011

O Jogo das Cartas

Não quero nada. Nego-te tudo.
E, no momento seguinte, danço só para que me vejas melhor.
Digo-te que não. Nego-te aos que me perguntam sobre ti. E mesmo assim, irresistivelmente, lanço-me para debaixo da tua alçada sem que o desejes ou esperes.
Não o desejaste? Confessa...
Não, não mo digas. Vou desprezar-te se me confessares que me quiseste e vou sufocar se, depois disso, voltares a procurar-me.
Prefiro-te assim, cego e ingénuo. Crente de que decides tu quando vens e esperas por mim quando, de facto, sou eu que te sugiro a ideia de vires e espero que te imobilizes para fazer eu o resto do caminho.
Vamos jogar às cartas... Senta-te à minha frente, vais ser o meu parceiro. Olho para o lado mas mantenho-te numa nesga do meu ângulo de visão. Recuso-me a olhar-te de frente porque sei que me vais desarmar.
Olhei. E lá está a tua certeza, que me anula.
Faz-me sinais. Discretos, para que os outros não percebam o nosso jogo. Chiuuu... Não sabes que este jogo foi inventado por mudos? Joga para mim...

22/07/2011

Sou estranha...

...sou tão estranha que, quando vejo um episódio de "Scrubs", que até é uma série engraçadita, passo um tempo considerável (tipo, imeeeeenso tempo, mesmo) a observar as pessoas que se movimentam atrás da cena principal, atendendo telefones, escrevendo ou organizando fichas e outras coisas mais... E penso "eh, pá... isto tá mesmo muito bem feito... a quantidade de gente que eles envolvem nisto...!" E lá fico eu, mais uns minutos, completamente alheada do diálogo que está a ser travado, apenas concentrada naquele vai e vem de figurantes vestidos de médicos, enfermeiros e ocasionais doentes, que aparecem, rodopiam, cruzam o centro da cena e saem por uma porta ou desaparecem na esquina de um corredor, como se num bailado estivessem... Maravilhoso!
Chegam ao pormenor de, de vez em quando, passarem mesmo à frente da câmara, ocultando durante 2 segundos as personagens principais da cena que se está a desenrolar. É brilhante!

16/07/2011

That's Right: I'm Good!

nota: a afirmação do título deve ser entendida como algo momentâneo e transitório. Como tal, o "I'm" significa "estou" e não "sou"... boa, neste caso.



É que há aqueles momentos de inspiração divina e deliciosa falta de contenção verbal, em que falamos ininterruptamente durante mais segundos do que aqueles que pensávamos que os nossos pulmões e diafragma conseguiam aguentar, e que resultam, não num desmaio, como seria lógico pensar, mas numa erudita enxurrada de contestações, críticas e "meto-te num bolsinho" e "não ando aqui a dormir", que em boa hora vem vingar alguns sapos engolidos e previne já futuros ultrajes... O mais extraordinário disto tudo é ter sido o chefe a originar e a levar com a dita enxurrada. E isto é extraordinário porque, normalmente, o chefe é quem provoca, nunca quem leva. Mas hoje estou boa... Tão boa que consegui fazê-lo sem o afrontar directamente ou desrespeitar. Curta e de fininho...

...Além de que ontem recebi um elogio maravilhoso. Sou encantadora, para resumir. E com pessoas encantadoras não se brinca.

11/07/2011

I haven't been feeling like myself...

Se há coisa que me desagrada e incomoda... mais do que aquelas pessoas que, no supermercado, deixam os carrinhos abandonados no meio do caminho para se porem à conversa, é ir lavar o carro e ter na fila atrás de mim um carro só com homens... É que por muito que eu tente NÃO ser sexy, há qualquer coisa no acto de lavar um carro que transpira sensualidade... E eu levo camisolas que não sejam muito curtas... E evito levar saltos altos... E tento não colocar o jacto de água de modo a que venham micro-gotas projectadas em ricochete em direcção a mim, deixando-me a pele brilhante (e pegajosa)... E então se estiver sol, o efeito é ainda mais fantástico porque temos ocasionalmente aquele efeito arco-íris...
Enfim, eu juro. Eu tento não ser sexy. Mas uma mulher a escovar o capot de um carro (ainda para mais, um Super-Super-Lancia Y, como o meu), a direccionar um jacto de água para o tejadilho e a limpar as jantes é naturalmente apelativo... Digo eu. Pelo menos, eu penso sempre que, para esta prática merecer censura, só faltava pôr-me de joelhos em cima do capot, a morder a esponja e a cantar "working at the car wash..." Assim ao estilo da porca da Jessica Simpson...


nota: este deve ser o post mais ordinário que alguma vez escrevi... Mas eu avisei que não estava em mim... (ver Títalo do post).

05/07/2011

Segredo é o que se diz baixinho ao ouvido de toda a gente

Eu tenho uma tatuagem. Isso não é segredo. Mas tenho a minha tatuagem como quem tem um segredo. É na omoplata: passa a maior parte do tempo coberta.


Há pessoas a quem digo que a tenho, há pessoas a quem a mostro e há pessoas que não fazem a mínima da existência dela...

Quando estou exuberante, uso alças ou tops que a deixem completamente descoberta... mas se encontro alguém mais velho ou conservador ou que eu ache promíscuo, posiciono o corpo de forma a que não seja visível. Quando estou mais séria ou macambúzia, cubro-a. Quando estou provocadora, uso uma t-shirt sem mangas que deixe ver apenas uma pontinha... Porque tem infnitamente mais graça mostrar só um pouco do que mostrar tudo. Para apimentar a curiosidade. Para despertar vontade de conhecer o resto.

Já houve quem torcesse o nariz ao vê-la, como que condenando a atitude e a profanação irreversível do meu corpo. Já houve quem a elogiasse por ser bonita. E já houve quem dissesse baixo, com cumplicidade e apetite, "adoro tatuagens...".

Tenho-a. É minha. Partilho-a ou não, conforme me apeteça. Uso-a. Ostento-a ou escondo-a. É conforme.

Não será isto, afinal, o que fazemos com os nossos segredos?



Para a Fábrica de Letras. Mês de Julho, Segredo