25/11/2017

o meu Douro no outono

...é a coisa mais linda que se pode imaginar! Normalmente por esta altura as videiras já estão despidas, mas como este ano a chuva tardou tanto, ainda temos na vinha um pouco das cores que costumam durar só até meados de Outubro. 

As videiras já meio despidas, em contraste com a cor desmaiada das oliveiras fazem uma visão deliciosa.

A estrada no primeiro plano foi o projecto aberrante que criou uma variante à passagem dos carros pelo meio da aldeia, a isolou e entristeceu, e passou mesmo no meio do terreno do meu avô... matou-o de desgosto. Será que ao ver esta paisagem agora a reconheceria?

06/11/2017

Cada qual tem aquilo que merece

...ou aquilo que aceita.
Tenho um casal de canários. Ela é uma marota. Ele é um banana. Quando lhes vou pôr dois pedacinhos de maçã, se puser o primeiro pedaço junto ao poleiro onde ele está, ela salta para lá, expulsa-o e, quando coloco o segundo pedaço no poleiro onde ela estava anteriormente, agora ocupado por ele, ela regressa para lá, expulsando-o novamente, e ele lá regressa ao poleiro inicial e ao pedaço de maçã que ela rejeitou.
Imagino que quando se encontra no café com os amigos ele tome uma de duas atitudes: ou mente descaradamente, dizendo que lá em casa é ele quem manda, e basta-lhe a admiração dos outros, mesmo sabendo lá no fundo que é um banana cobardolas. Ou então assume o papel de vítima, porque ela é uma tirana e nem lhe dá hipótese e açambarca sempre o melhor poleiro.
Em qualquer um dos casos, o meu canário é um banana desprezível, que não é perseguido pelo azar. Ele é perseguido pelas escolhas que faz ou pelas escolhas que os outros fazem por ele e ele aceita.
O mundo está cheio de canários como o meu. E, um dia destes, eu cometo um suicídio social porque vou abrir a boca e chamar banana quando os ouvir queixar e choramingar que têm azar na vida...