29/10/2014

Acerca do Amor saudável...

Vi há uns tempos, não sei onde, provavelmente no Citador, que a receita para um Amor saudável é não depender. Não ver o outro como uma parte de nós, sem a qual ficaremos incompletos, mas como um complemento. Sem obsessões nem exigências.
Estúpida e auto-crítica como sou, pensei "ééééé... eu devia tentar ser mais assim. Não me ralar nem ficar triste nem morrer de saudades porque já não o vejo há mais de uma hora... Nem sentir pavor genuíno só porque penso ou sonhei que poderia algum dia ficar sem ele... Eu devia ser assim..."

Mas que porra!!! Eu não devo ser assim coisa nenhuma. Ninguém deve ser assim. Se alguém quer ter um amor em que não sinta obsessão, medos ou dependência, arranja um cão. Ou uma planta! Aí, claramente, eu não preciso do outro para nada, embora desfrute imenso do tempo que passamos juntos e me sinta um pouco mal se me esqueço ocasionalmente de a regar...
Mas se estamos a falar de Amor, aquele Amor com A grande, o Amor da minha vida, eu devo e QUERO depender dele. E devo ficar devastada e incompleta sem ele. Porque se isso não acontecer não é um Amor, é um arranjinho confortável, um "aquece-pés", uma orelha para nos ouvir e um abraço quando o nosso corpo pede. Mas eu não quero um arranjinho. Eu quero um Amor. E esse, meus amigos, vem com obsessões e dependências e tudo. Paciência. É lindo assim mesmo!

25/10/2014

Amor perfeito é... #2

Eu - "Vi, no trabalho, um casal para aí de 70 anos, altos e magros. Americanos, pareceu-me. Todos enrugados. Ela de corsários de licra e ele de calções pelo meio da coxa. Fabuloso!"
Ele  - ""Nós vamos ser assim."

...e eu achei as palavras dele a coisa mais romântica de sempre!

12/10/2014

Animais em cativeiro

Por razões de protecção e preservação de algumas espécies, elas são retiradas do seu ambiente selvagem e mantidas em cativeiro, cuidadas e alimentadas, protegidas. Os instintos animais são esquecidos ou, pelo menos, adormecidos. Em caso de necessidade de regressar ao estado selvagem, o animalzinho vai enfrentar problemas muito sérios. Vai sofrer um choque, porque está frágil e habituado a um ambiente confortável e acolhedor.

Eu era um animal selvagem. Eu não tinha ninguém, a não ser eu própria, e os meus dias eram feitos daquilo que eu provocava. Depois ele veio e acolheu-me e domesticou-me e agora eu tenho pavor de ser lançada na selva outra vez. De me ver só e dependente de mim mesma para tudo.
Um pavor que é inevitável porque "quem ama tem medo de perder" e que tantas vezes me deixa sem ar e toma conta de mim, que sou tão permeável a ansiedades e previsões de desgraças...
E depois penso que fui domada e tenho vontade de lhe morder a mão... Mas é com amor!

08/10/2014

Olá Outono...

Antes de mais nada: sim, tenciono realmente publicar este post sem uma satisfação acerca do motivo pelo quer não escrevi durante tanto tempo. Inércia não se justifica. 
Venho hoje porque esta altura do ano tem sempre um efeito especial em mim... Não necessariamente positivo. É época de recomeços e mudanças e eu sou um bocado avessa a ambas, embora tantas vezes me tenha já apercebido que são frequentemente mudanças boas...
Mas ando descontente comigo porque ando descontente com tudo, mesmo sem razão nenhuma para tal. Observo a comédia humana e, em vez de me integrar, de me alegrar ou compadecer conforme cada episódio, mantenho-me à margem, porque sinto repulsa por quase tudo.
As pessoas são boas. As pessoas vão levando as coisas... Eu é que sou descontente e teimo que não pode estar simplesmente tudo bem; não. Há que fazer teses e procurar explicações metafísicas para tudo e imaginar aquilo que não sei... Quase sempre sendo injusta em relação às pessoas visadas.
Em conclusão, o mal não é do mundo. É meu. Mas a consciência disso não me deixa mais disposta a fazer as pazes com ele.  Estou a modos que amuada por motivo nenhum. Só porque não vejo motivos para me animar. É um inferno para quem me atura. Pobrezinho do meu Amor, que leva comigo sem ter encomendado nada... =)