Tenho um casal de canários. Ela é uma marota. Ele é um banana. Quando lhes vou pôr dois pedacinhos de maçã, se puser o primeiro pedaço junto ao poleiro onde ele está, ela salta para lá, expulsa-o e, quando coloco o segundo pedaço no poleiro onde ela estava anteriormente, agora ocupado por ele, ela regressa para lá, expulsando-o novamente, e ele lá regressa ao poleiro inicial e ao pedaço de maçã que ela rejeitou.
Imagino que quando se encontra no café com os amigos ele tome uma de duas atitudes: ou mente descaradamente, dizendo que lá em casa é ele quem manda, e basta-lhe a admiração dos outros, mesmo sabendo lá no fundo que é um banana cobardolas. Ou então assume o papel de vítima, porque ela é uma tirana e nem lhe dá hipótese e açambarca sempre o melhor poleiro.
Em qualquer um dos casos, o meu canário é um banana desprezível, que não é perseguido pelo azar. Ele é perseguido pelas escolhas que faz ou pelas escolhas que os outros fazem por ele e ele aceita.
O mundo está cheio de canários como o meu. E, um dia destes, eu cometo um suicídio social porque vou abrir a boca e chamar banana quando os ouvir queixar e choramingar que têm azar na vida...
Qualquer semelhança com a realidade não terá sido mera coincidência??
ResponderEliminarnunca nada é coincidência, Pedro... =)
EliminarO mundo está cheio de bananas mas, no caso dos seus canários, a culpa é sua, porque lhe escolheu uma companheira que el não merecia. Ou então está perdido de amores e deixa a canária fazer tudo o que lhe apetece.
ResponderEliminara culpa é minha???! ora essa...então, a título de exemplo, quem é um pau mandado do cônjuge deve culpar quem o/a apresentou ao companheiro?? =)
EliminarIsto é por vezes uma vida cruel, uma vida em que os fortes vencem independentemente de terem boa índole ou serem justos! É uma selva egocêntrica em que até os canários têm de se fazer à vida!
ResponderEliminarComo se costuma dizer, mz, "viver, até um burro vive. É preciso é saber viver."
EliminarNo nosso mundo, esquecendo o dos canários, há muitos bananas temporários, só o são enquanto lhes convém, depois, viram selvagens.
ResponderEliminarBeijinhos
Não há dúvida, adoro a maneira como abordas os temas. Quantas ideias!
ResponderEliminarObrigada, Mary! um beijinho
Eliminar