Acontece normalmente no início de Setembro, cá no Burgo. No ano passado tivemos o Júlio Magalhães e o Ruy de Carvalho... Este ano o cartaz é mais modesto. Sinal dos tempos de crise.
Outro sinal é também o facto de a banca assinalada como PROMOÇÕES ou SALDOS ou LIVROS A 5€ ser cada vez maior. E acho bem. A Feira, normalmente, só é Feira de nome e os preços praticados não sofrem alterações relativamente ao normal. Acho bem que nas Feiras do Livro haja alfarrabistas e não apenas as livrarias XPTO do costume. Acho bem que haja saldos e rebaixas. Ao preço a que estão os livros, ler é considerado luxo...
Também é verdade que se lê por aí muito disparate e Sombras e coisas do dark side, vampirescas e sanguinárias e muito sensuais... (falta algo na vida desta gente, cá para mim...) A senhora da biblioteca costuma dizer que, nem que seja o rótulo do champô, o que é importante é que as pessoas leiam. Eu não acho isso muito bem. É como comer a sopa mas tirar as couves... Perde-se o objectivo principal. A ler, que se leia algo que edifique.
Fui à feira e por mais que fareje em todas as barraquinhas e sorria para as capas, venho sempre embora com uma pontadazita na alma. Porque olho tantas lombadas e fico a interrogar-me se ali estará algum potencial grande amor da minha vida... Dá vontade de agarrar nos livros todos, um por um, encostá-los ao ouvido para ver o que eles nos dizem, se nos atraem. Como fazemos com as pessoas. Quase. =)