Não encontrei ninguém conhecido pelo caminho, o que foi uma desilusão e um alívio ao mesmo tempo. Sentei-me num banco com o meu livro, a respirar ar fresco e a sentir o vento arrepiar-me, e quando olhei à volta admirei-me com os escritos no banco, nos corrimões e em todas as superfícies... Escritos de amizade e irmandade "forever", e de amores para a vida... E comoveu-me ser assim relembrada de que o amor é a coisa mais certa que temos. A coisa mais precisada. E a que deve exigir menos de nós, que deve ser espontânea e gratuita. E continuo a não compreender isso, continuo a forçar-me no meu íntimo, a pensar e repensar tudo, deitando a espontaneidade e o conforto todos fora, sobrecarregando-me com pressões de perfeição e correspondência de expectativas, e medos de perdas ou desilusões... Não mora aqui uma gota de tranquilidade ou espontaneidade. Tudo são sinais, positivos ou negativos, tudo são expectativas frustradas ou ansiedades tristes e antecipatórias, que se revelam afinal em experiências boas e serenas...
A minha imaginação é o meu pior inimigo. Já o aprendi. Tenho só que aprender agora a controlá-la, a domá-la, fazê-la minha aliada, em vez de minha carceireira.