27/07/2011

O Jogo das Cartas

Não quero nada. Nego-te tudo.
E, no momento seguinte, danço só para que me vejas melhor.
Digo-te que não. Nego-te aos que me perguntam sobre ti. E mesmo assim, irresistivelmente, lanço-me para debaixo da tua alçada sem que o desejes ou esperes.
Não o desejaste? Confessa...
Não, não mo digas. Vou desprezar-te se me confessares que me quiseste e vou sufocar se, depois disso, voltares a procurar-me.
Prefiro-te assim, cego e ingénuo. Crente de que decides tu quando vens e esperas por mim quando, de facto, sou eu que te sugiro a ideia de vires e espero que te imobilizes para fazer eu o resto do caminho.
Vamos jogar às cartas... Senta-te à minha frente, vais ser o meu parceiro. Olho para o lado mas mantenho-te numa nesga do meu ângulo de visão. Recuso-me a olhar-te de frente porque sei que me vais desarmar.
Olhei. E lá está a tua certeza, que me anula.
Faz-me sinais. Discretos, para que os outros não percebam o nosso jogo. Chiuuu... Não sabes que este jogo foi inventado por mudos? Joga para mim...

2 comentários:

  1. Loooool! Quase caí da cadeira agora... =)
    Não... São os meus devaneios, cara colega... Fogo de pólvora e um bocadinho de pimenta na prosa, para ficar mais empolgante... Nada mais...

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