05/04/2014

"Marina", de Carlos Ruiz Zafón


Continua a ser imperdoável, tal como foi em "A Sombra do Vento" e "O Prisioneiro do Céu", a mania que este homem tem de contar histórias sobrepostas a outras histórias, isto é, há duas personagens centrais, Óscar e Marina que, além de viverem o seu próprio drama e tragédia, investigam por auto recreação a história mais trágica e horripilante ainda de outras duas personagens, neste caso, Mikhail e Eva... isso faz com que metade do livro seja constituído por relatos de diversas personagens, envelhecidas e decadentes, que viveram a dita tragédia 30 anos antes.
Fora este pormenor medonho (irrita-me, pá, esta tendência que o homem tem de contar história atrás de história, sobrepondo umas às outras...como se as tivesse a borbulhar lá dentro e tivesse que as mandar cá para fora, sob pena de rebentar se não o fizer)... dizia eu, fora isto, gostei do livro... Gostei tanto que li coisa de 200 páginas num dia. Gosto das metáforas que ele usa para descrever os sons que as coisas fazem ou o céu de Barcelona, gostei da história horripilante que ele criou... A dita Marina ficou um pouco aquém do que eu esperava, já que é ela que dá o nome ao livro... Lá está, aquilo que eu dizia de ele criar histórias tão densas sobrepostas umas nas outras... Em suma, o gajo desagrada-me mas é certo que já nem me lembrava da última vez que li tantas páginas no mesmo dia...

1 comentário:

  1. Li o livro há alguns anos, de princípio até me entusiasmou, mas quando uns bonecos de madeira começaram a perseguir as personagens e outras coisas esquisitas, esotéricas ou fantasiosas desataram a mudar o rumo à história... pois, não voltei a ler Zafón! Gostar muito só d' "A Sombra e o Vento", já o "Jogo do Anjo" tinha descambado um bocado . OK, terá os seus leitores, mas não serei eu a perder tempo com livros góticos... :P

    Beijocas

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