Não há vento em mim. Eu sou pacata e quieta e, por isso, duram muito tempo as marcas que outros me deixam. E fico a remoer, ora eufórica, ora desolada, o que outros me fizeram. Não há vento em mim para aplanar novamente as pegadas que outros deixaram. É preciso que venham outra vez, os mesmos ou outros, desfazer as marcas velhas e deixar novas, melhores ou piores. E essas também vão durar. Porque não há vento em mim. Como na superfície lunar.
Não o saberia escrever, mas sinto!
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