12/01/2016

Sobre a morte de David Bowie

Que aliviada fiquei ao reflectir sobre o assunto e constatar que David Bowie nunca fez parte do meu universo musical. Sou do glorioso ano de 86 mas já os anos 90 iam bem adiantados e eu continuava a ouvir cá por casa os êxitos dos anos 70 e 80, porque o meu pai ficou parado nesse tempo. Isso deu-me um gosto e conhecimento geral dos grandes nomes desses tempos, não muito partilhado pela minha geração, mais virada para os sucessos seus contemporâneos. Mas David Bowie não era nome que constasse das k7's cá de casa e, por isso, o meu conhecimento dele limita-se a "Heroes" e "Let's Dance", das quais nunca gostei por aí além... E a sua participação em "Under Pressure", dos queridos Queen.
Fico, assim, feliz por não ter sentido o golpe e pesar que vi em outras pessoas ao saber da morte do "camaleão". Perdoem o cinismo da observação, mas fez-me pensar que, tal como com tantas outras coisas e pessoas, mais vale não saber, não gostar, não conhecer, e ser poupado ao sofrimento de perder...
Mas vai daí, talvez não. Talvez o ter conhecido e aproveitado seja melhor do que o espaço cinzento da ignorância. 

1 comentário:

  1. Não saber, não conhecer, evita o sofrimento. Ignorar poupa-nos muitas vezes. A morte de um cantor, de um actor, que eu conheça, não me faz sofrer. Ouvir o cantor que eu gosto ou ver o actor que me agrada não me faz gritar loucamente. Esse mundo encaro-o como normal, não como de pessoas intocáveis ou superiores, portanto como a morte de um desconhecido não me faz sofrer porque me faria sofrer a morte de alguém de quem só conheço a voz? Afinal tudo o que sabemos de cantores e artistas é manipulado portanto não conhecemos nenhum.
    No entanto dele podemos dizer que era diferente do que existia na altura e a diferença sempre me cativou. Detesto tudo o que é feito em serie.
    Beijinhos

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