...ainda tem a mesma aura que desperta em mim um sentimento como o que algumas pessoas descrevem ao pisar, por exemplo, o chão sagrado de Fátima.
Fui lá a uma consulta, ainda na busca para a minha Cura, para a saída desta escravatura do meu corpo que se submete aos caprichos da minha mente e da ansiedade. Tive algum tempo para deambular pela baixa, antes de partir, e é sempre um assombro olhar do alto da 31 de Janeiro e ver já tão perto os Clérigos, a Torre recortada no céu cinzentão do dia de hoje, virada para o que parece ser um abismo onde o mundo termina. Desci a rua, e voltei a subir em direcção à Torre, e tive a sorte de ver a Praça da Liberdade animada por um senhor de porte teatral que tocava melodias tristes num trompete.
Dá-me a sensação que lá tudo é eterno; tudo vem de muito longe, de muitas outras vidas, e existe uma continuidade em todas as pedras e uma pequenez comovida em todos os que sobre elas caminham. Fui fazer a vénia à Fonte dos Leões, em cuja água a minha cabeça ja se molhou, e voltei para a estacão...
Fui turista sem câmara fotográfica, só preocupada em gravar na retina mais uma visita a um sítio que para mim é tão especial.
Se os lugares se tornam sagrados temos de os venerar à nossa maneira. O Porto tão antigo, tão genuíno!
ResponderEliminarBjs
B não gostava do Porto. Passei lá muitas vezes e achava-o muito escuro e triste. Há uns três anos visitei-o com calma e mudei de ideias. O cicerone era bom e hoje tenho saudades.
ResponderEliminar