Tive a Sorte de estar a trabalhar no passado domingo, quando este senhor holandês passou lá no Museu. Tem 74 anos mas apresentou-se de botas de caminhada e mochilinha às costas, onde levava o cantil da agua, os documentos metidos num saco de plástico, uma boa câmara fotográfica e um GPS já um bocado danificado pelo uso, pelas quedas e pelas molhas, com botões normais, que ele não gosta de ecrãs tácteis (e mostrou-me os dedos velhos e inchados, pobrezinho!)...
O Terie, e aconselho que procurem este nome no facebook só para verem o ar amoroso de vitalidade deste septuagenário... Dizia eu, o Terie percorre a Europa a pé, já fez o caminho de Santiago, já fez caminhos de Fátima... Esteve na Grécia, na Turquia, no Tijiquistão ou Cazaquistão ou outro país acabado em ão, e faz questão de andar a pé, sair dos circuitos, contactar com os locais que lhe dão de comer o que têm, dorme nos quartéis de bombeiros, gratuitamente, e durante o dia faz trilhos e passeios fora dos circuitos normais.
Diz ele que na Holanda há muito dinheiro e marcar umas férias é um problema muito grande porque as pessoas procuram "o melhor sítio para ir, o melhor restaurante, os melhores pacotes". Diz que o turismo de hoje é feito em bolhas. Bolhas onde as pessoas têm um pacote que inclui todas as experiências, todos os marcos turísticos e onde vêem muito pouco do que é genuíno e real.
Apercebeu-se com grande destreza daquele traço muito português que é ter um grande orgulho no que é nacional e no que temos e fazemos cá, ao mesmo tempo que nos achamos todos tão pouco, tão pequenos e dóceis na nossa labuta diária.
Quando lhe elogiei a energia e as boas pernas, ele abanou as mãos e disse que não "se tem" boas pernas, elas vão-se habituando à medida que o caminho é percorrido.
Ora aí está um holandês sábio. Fez-me lembrar um casal de holandeses que conheci em Península Valdez e viajava com um bebé de meses. Contei a história deles há tempos no CR. São um povo muito mais interessante do que se pensa.
ResponderEliminarÉ uma grande lição, Carlos, encontrar e conversar com estas pessoas. Percebemos o nosso lugar pequenino no mundo.
EliminarPessoas que se recusam a envelhecer.
ResponderEliminarChapelada!!
Mais um que não perdeu a criança aventureira dentro de si, Pedro. =)
EliminarConcordo totalmente com esse teu visitante. Já não tenho paciência para resorts e pacotes turísticos. Adoro viajar, mas ao meu ritmo, fazendo a minha rota, fugindo o mais possível à massificação.
ResponderEliminarBjs
É a única forma de "conhecer" realmente a alma de um lugar, Teresa.
EliminarEle tem razão. Caminhado fora das rotas ditas turísticas, deve conhecer verdadeiramente os sítios por onde passa.
ResponderEliminarCada vez "leio" e ouço mais sobre pessoas que fazem o Caminho e é algo que me desperta o interesse mas não sei se alguma vez me atrevo. :)
Luísa, aos poucos vais percorrendo e re-percorrendo as tuas imediações... pode ser que em breve te apeteça alargar o círculo... =) boas caminhadas!
EliminarMuito muito obrigado pelas indicações que vou levar em conta numa próxima visita :D
ResponderEliminarEle esteve aqui em Lamego também, na Loja Interativa do Turismo :P Também achei a história dele super inspiradora!
NEW OUTFIT POST | A Cada Passo / A maior novidade do ano.
Instagram ∫ Facebook Oficial Page ∫ Miguel Gouveia / Blog Pieces Of Me :D
Pelo que vejo, Miguel, ele marcou os vários sítios onde passou =)
EliminarPessoas singulares que raramente se conhecem.
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