08/08/2010

Emigrantes

Portugal é uma país engraçadinho onde todos os anos , pontualmente no 1º de Agosto, acontece um estranho fenómeno que duplica a população residente. Não falo de nenhum Baby-Boom mas, é claro, nas vagas de emigrantes que regressam à pátria para as festas da terrinha.
Entenda-se: nada tenho contra os emigrantes. Tenho uma série deles na família, admiro a bravura de ir para um país estranho em busca de mais e melhor do que o que poderiam encontrar cá e até consigo achar piada ao estereotipo do garrafão, a fieira de ouro ao pescoço, o português falado mal e porcamente e a mania do "lá fora é tudo bom, este país é atrasado".
Mas quando estes queridos vêm em manada e parecem brotar do chão de um dia para o outro, deixam de ser uma visita simpática e tornam-se uma PRAGA!!!
Sair de casa testa-me os nervos, porque sei que vou ver a minha terrinha pacata e sem engarrafamentos transformada num constante rebuliço de pessoas ociosas que passeiam mal vestidas, a comer farturas e gelados e algodão doce e outras porcarias hiper calóricas e gordurosas, a falar seja lá a língua em que melhor se entendem, a ocupar todos os lugares de estacionamento legal, mais os de segunda fila, as placas das rotundas, os passeios e as paragens de autocarro.
Eu, que até sou uma pessoa pacata e de índole bondosa, torno-me uma fera quando tenho que andar durante 20 minutos a passear na cidade para encontrar uma porra de um buraco para enfiar o carro. E note-se que a dada altura perdi o interesse em encontrar um bom lugar e não teria remorso de deixar o bichinho em cima da relva de algum jardim ou em segunda fila num sítio qualquer mas nem isso encontrei!!! Chamei-lhes tantos nomes, fiquei tão possessa que nem tive pachorra para depois ir ter com os amigos e fui para casa comer gelado à colherada directamente do balde! O raio que os parta, que não os suporto!!!
Todos os anos, durante um mês, dão cabo da vida de quem cá passa o tempo todo. Podiam ser discretos, mas não... Vêm com grandes carros, de matriculas esquisitas, onde insistem em pôr a música num volume que devia ser proibido; andam em grupos grandes, avós, filhos, netos, noras, genros, cunhadas, primas em 12º grau... Falam alto, intercalando o português com ocasionais "oui, voilá". As mulheres têm a terrivel mania de andar com o soutien todo por fora dos tops. Se calhar, lá isso é considerado sexy. Aqui acho que nem tanto. Pagam tudo com notas grandes e, quando vão ao banco cambiar os francos têm a mania de sair com o maço de euros ainda na mão, demorando-se, antes de os meterem na carteira.
Que manada ruidosa e irritante. Hei-de arder no inferno por causa deste palavreado todo, mas esta gente faz-me saltar o pipo!

3 comentários:

  1. Bolas...estás mesmo nervosa =P mas eu entendo...a sério... =P

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  2. O que eu me ri com este post!!
    Coitadinhos, vêm pra cá armar-se em bons e dizer que falam bem francês... é fantástico qd dizem: michel tu vas tomber...
    michel tu vas tomber...
    michel tu vas tomber...
    o puto cai e gritam:
    - f*** eu não te avisei que ias cair???

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  3. Fabi,

    muito nervosa mesmo!
    Não é por mal... mas é de mais!!!

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