Estou de folga. Durmo até às 10h, tomo o pequeno-almoço enquanto vejo o mail e, por volta das 11h30, vou à Segurança Social (que incursão mais deprimente...).
Quase a chegar lá, num passeio estreito, com um corrimão que impede as pessoas de descer para a estrada, atraso o passo porque vai à minha frente uma senhora muito velhinha, curvada ao peso de dois sacos que leva nas mãos. Inesperadamente, a senhora pára e pousa os sacos; aproximo-me dela e digo "dê-me licença, se faz favor"... Mas a senhora dá um salto, deita uma mão à parede para se tentear, e a outra à cabeça e diz "ai, Nossa Senhora, que susto...". Fico logo toda atrapalhada, "a senhora desculpe, não era minha intenção...". E a velhinha, toda a tremer, a dizer "não se preocupe, menina... Foi só um susto. Eu parei porque venho cansada e os sacos são pesados...". Perguntei à senhora se precisava de ajuda para os carregar. Ela morava logo no prédio adiante, por isso eu nem tinha que me desviar muito do meu caminho... Lá agarrei nos sacos e fui devagarinho com a senhora até ao prédio, subi no elevador com ela e deixei-lhe os sacos à porta. Enquanto isso, a senhora conta de onde vem, o que traz nos sacos, que daqui a dois meses faz 90 anos, que tem um filho, com 62 anos, doente, em casa, e que quase não se mexe...
Despedi-me da senhora e vim embora a pensar que bem posso deitar-me a dormir porque o meu dia já foi produtivo, que já valeu a pena ter-me levantado e que foi uma qualquer intervenção do Big Boss lá de cima que possibilitou que eu estivesse lá, naquele momento... Foi a "pièce de résistance" do meu dia...
E agora estou a pensar como foi tão fácil esta senhora, que nunca me tinha visto, confiar em mim para a acompanhar à porta de casa e dizer-me que está sozinha, com um filho de cama... Como é fácil os nossos velhinhos, na sua fraqueza, confiarem nas pessoas que lhes estendem uma mão e que, tantas vezes, vezes de mais, são mal-intencionadas...
Despedi-me da senhora e vim embora a pensar que bem posso deitar-me a dormir porque o meu dia já foi produtivo, que já valeu a pena ter-me levantado e que foi uma qualquer intervenção do Big Boss lá de cima que possibilitou que eu estivesse lá, naquele momento... Foi a "pièce de résistance" do meu dia...
E agora estou a pensar como foi tão fácil esta senhora, que nunca me tinha visto, confiar em mim para a acompanhar à porta de casa e dizer-me que está sozinha, com um filho de cama... Como é fácil os nossos velhinhos, na sua fraqueza, confiarem nas pessoas que lhes estendem uma mão e que, tantas vezes, vezes de mais, são mal-intencionadas...
Pois é B, como é fácil uma pessoa pura ser enganada.Os velhotes são tão inocentes, não medem o perigo. Ela teve sorte em ter-te encontrado. Um beijinho
ResponderEliminarTu não tens ar de mal intencionada!!!
ResponderEliminarLogo, as pessoas confiam em ti logo à primeira vista =)
É bom podermos fazer boas acções e ajudar quem, de facto, precisa!!!
Faz-nos bem!
Brown Eyes, ainda bem que fui eu, sim.
ResponderEliminarPorque eu não tenho ar de mal intencionada, como diz a Ticy, mas as pessoas que abordam os velhinhos para os burlar também não costumam ter...
Beijinhos às duas!