31/03/2015

Amar é tudo de bom...
mas também é doloroso. Também provoca desconforto e desesperos. Dores e angústias.
Amar é como tentar unir e conciliar dois Continentes... cada qual com climas e morfologias diferentes e fundações tão profundas e sólidas que, por fricção, na tentativa de se ajustarem, provocam terramotos...
Amar é sentir um terramoto, mas saber sobreviver-lhe em segurança. É o processo brutal de duas placas tectónicas que se querem ajustar, e o processo não é discreto nem silencioso. E sismológico.
Eu tremo por todos os lados. Tremo de medos e de esforços. Não estou habituada, não fui habituada a confiar nem a partilhar... E isso faz-me tão mal...

19/03/2015

ainda sobre o amor...ainda!

Dois anos depois, eu continuo a aprender sobre o Amor... Imaginei que fosse algo inato... um sexto ou sétimo ou oitavo sentido que, embora subdesenvolvido em mim, já que nunca fui muito romântica, despertaria na hora certa e, a partir desse momento, tudo o que é o Amor, todas as leis e verdades universais seriam reveladas. Uma epifania Amorosa. Todo um Nirvana sentimental...
 
Não é assim. Estúpida, estúpida, estúpida... Ainda hoje aprendo coisas sobre o Amor, sobre ele (o meu amor) e sobre mim também. E, como acontece invariavelmente com todos os tipos de sabedoria, quanto mais sei, mais noto que ainda tenho a aprender...
 
Ora, uma das recentes descobertas que fiz, após muitos momentos de introspeção, é que o nosso amor (a pessoa) não é perfeito.
Ai, eu não pensava que a coisa funcionasse assim... Imaginei que o amor de cada um lhe aparecesse divino e imaculado. Claro que todos temos defeitos, mas imaginei que esses fossem invisíveis a quem ama. Ou, melhor, em vez de invisíveis, fossem visíveis mas aparecessem aos olhos de quem ama como qualidades ou características de feitio e personalidade, mas nunca como defeitos. Como nas telenovelas, em que o vilão tem sempre uma esposa vilã, e dessa forma os defeitos de um passam camuflados de virtudes ao outro, porque são iguais...
 
Só muito recentemente me apercebo que não é bem assim... o meu amor tem defeitos. E de certeza que ele também já elaborou mentalmente uma listinha dos meus... já respirou fundo e contou até dez muitas vezes para não me dar um berro ou um par de mosquetes!! Vá, se calhar, exagero nesta parte =)
Mas começo a ver alguns defeitos... não graves, mas coisas que eu preferiria que fossem diferentes... e não me importo nem isso faz com que goste menos dele... E não esperava que fosse assim... Sempre a aprender...

16/03/2015

A solidão não tem poesia nenhuma. Aquelas imagens noveleiras ou cinematográficas de protagonistas que atravessam a sua solidão com bravura e estoicismo, com uma música introspectiva de fundo, candeeiros com luzes quentes e um ambiente acolhedor... São mentiras. A solidão que vivemos nada tem desse calor sereno, as velas acesas perfumam o espaço mas não confortam; um banho prolongado ocupa algum tempo mas ao mesmo tempo que a toalha nos seca o corpo tambem nos leva a serenidade que experimentámos; o sofá é acolhedor e as luzes são quentes mas não chegam para nos aquecer por dentro.
A solidão é um eco de nós. Se entrarmos nela de livre vontade, serenos e optimistas, ela vai ser apaziguante. Mas se nos forçarem, se olharmos para ela com medo, ela vai paralisar-nos.
Eu já experimentei as duas... Acho que já todos experimentámos.
Vai do nosso estado de espírito, da nossa paz interior e da nossa capacidade de acreditar que logo, logo, vamos estar mais felizes... Está a faltar-me isso, neste momento...

07/03/2015

Estou numa fase medonha...de cepticismo em relação às minhas convicções e juízos, e desprezo pelas minhas emoções...

Fui sempre capaz de compreender e aceitar opiniões alheias, e até facilmente influenciável por elas... Mas a montanha russa emocional e ansiosa em que me tenho visto deixou-me uma consciência de que a minha percepção de tantas coisas é, tantas vezes, ora exagerada, ora diminuta. O mundo em que me movo e a rotina que criei são pequenos, mas gosto assim. São-me confortáveis, dão-me uma sensação de estabilidade. Então, quando converso com outros, quando comparo as minhas experiências e os meus problemas, invariavelmente tenho a sensação que fico áquem daqueles padrões... e, por isso, as minhas ideias e opiniões, os meus sentimentos, fraquezas e medos, aos meus olhos tornam-se pequenos, deproporcionados... e inválidos.
E assim, sem me dar bem conta do como ou quando, passei a ser a pior juíza de mim própria, porque nem a minha dor considero válida...

06/03/2015

Diário de bordo

Fui 4 dias a Paris com o respectivo e, uma semana depois de regressar, lá fui eu passar 6 dias a Lisboa na BTL... escusado será dizer que andei com ansiedades ora eufóricas ora panicantes durante 3 meses...
Mas já regressei à rotina; à minha rotina confortável e rígida, que me ajuda a manter calma... embora também me torne mais fraca por habituação.
Durante este período não tive consultas com a psicóloga. Não fiz sessões de acupuntura... E aguentei-me quase sem vacilar... quase, quase!
Fui e correu bem e isso é uma lição que demonstra que os meus medos e ansiedades não têm razão de ser... mas, como muito bem disse o meu Amor, que me compreende até quando eu não me entendo a mim própria, o facto de ter corrido bem desta vez, não elimina a possibilidade de na próxima correr de forma diferente... e então o medo vai voltar. Pode voltar menos intenso, mas vai voltar. E, no meio deste processo repetitivo, vai haver um dia em que eu vou deixar de lhe prestar tanta atenção.
 
Conheci o Rui na BTL e 12 horas depois ele contava que a dada altura na sua vida começou a sentir um mal estar interior, o coração muito acelerado, um pânico crescente... algum tempo depois de começar a sentir isto, foi ao médico, que lhe disse que era ansiedade, que o que ele sentia era psicológico. Diz o Rui que, a partir desse dia, nunca mais voltou a sentir aqueles sintomas! Tomou o poder sobre a sua própria mente e não a deixou mais prejudicá-lo... parece simples, não parece?