20/01/2016

Queria muito que o meu blog fosse mais como aqueles que eu própria sigo e leio... Que fosse inspirador, que falasse das coisas boa da vida, que mostrasse bonitas imagens, ou contasse histórias que merecem ser ouvidas/lidas. Mas acho que o meu blog se foi aos poucos tornando num refúgio onde escrevo os meus medos, angústias e ansiedades. Não o faço com aquela ideia de ajudar quem possa estar a passar pelo mesmo... Não sou assim tão altruísta. Faço-o como desabafo, e porque recolho também alguma serenidade dos vossos comentários... E, pensando um pouco no assunto, com a esperança de ajudar, não quem sofre também do distúrbio de ansiedade generalizada, mas as pessoas que com elas lidam. Porque ao sofrimento pessoal que a ansiedade traz, junta-se o também grande sofrimento por ser quase impossível explicar ou justificar aquilo que a pessoa ansiosa sente. Eu expresso-me com muitas palavras, gosto e preciso de falar de tudo e acontece-me às vezes estar a descrever alguma sensação ou estado de espírito e quem me ouve interromper-me para dizer "é exactamente isso que sinto também!". É essa a minha esperança, que mais pessoas compreendam como é fácil e frequente despoletar um estado de ansiedade, e como ele se propaga pelo corpo, controlando tudo e tornando ameaçadoras até as coisas que conhecemos desde sempre.

Nestes momentos questiono-me acerca do valor da palavra perseverança. Porque só é perseverar se insistirmos em algo que nos desafia e assusta e no final der certo. Quando é que a perseverança passa a cobardia? Cobardia por não se saber ou querer admitir que é altura de tomar um novo rumo, virar uma nova página, dar um passo atrás para podermos depois dar dois em frente. Se der certo, foi bom termos perseverado. Se der errado, ao fim de todo aquele tempo de luta e de tentativas, vai ser chamado de cobardia, porque não se teve a coragem de cortar o mal pela raiz mais cedo.
Se ao menos pudéssemos ver adiante... Se pudéssemos saber se estamos a lutar por algo que vale a pena... Neste momento eu choro por não saber o que fazer...

4 comentários:

  1. Mais importante que tudo, é moldarmos o blogue ao que realmente nos faz bem ou satisfaz.

    É o nosso espaço e somos nós que o controlamos sem culpas ou demais questões e se, hoje falas dos teus problemas de ansiedade e dos teus medos, outras oportunidades de expressão poderão surgir neste mesmo espaço.

    Bjs

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    1. Espero que sim, mz... que haja dias de discurso mais animador =) gosto do teu blog pelas lindas imagens que nos dás e pelas histórias que partilhas. É acolhedor.

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  2. Todas as histórias merecem ser ouvidas e todas elas são úteis porque nos dão a hipótese de poder aprender com elas. Todos nós acabamos por ter no nosso blog o espelho da nossa alma e o que contamos faz parte da nossa visão da vida, das nossas preocupações, dos nossos medos. Alguns blogs têm isso mais escondido mas se procurares bem acaba por estar lá. Ninguém pode ver adiante mas todos podemos descobrir o que devemos fazer para conseguir ser felizes. Quando descobrimos que não somos felizes devemos virar a página, renovar como fez a D. Fátima na loja, embelezar a nossa vida, o nosso negócio, a nossa casa.
    B. alguma coisa mudou na tua vida? A tua cara metade continua a teu lado?
    Desculpa fazer-te essas perguntas mas a resposta de tudo pode estar aí. Beijinhos

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    1. Obrigada pelas palavras, Mary... não mudou muita coisa na minha vida ultimamente e, talvez por isso, a minha mente inquieta e medrosa começa a beliscar a minha rotina serena...

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