Sou tão ansiosa e temerosa com as voltas do mundo e as partidas dos outros que, mesmo quando vivo um momento de serenidade, tenho lá no fundo da minha mente a voz que me alerta que aquilo não poderá durar, e o que será que irei pagar em troca daquele momento sereno e feliz; e, instintivamente, sinto a angústia, aquela intranquilidade, que erradamente interpreto como uma preparação, um estado de alerta para quando vier a próxima partida da vida.
Saboto a minha própria felicidade, como me diz o meu amor, a quem quase levo à loucura com as minhas variações e "avariações".
Tenho tido dias serenos, como já não tinha há muito. E apercebo-me que é nessa serenidade que reside a felicidade; não preciso viagens, não preciso festas, fugas à rotina... Preciso serenidade. Serena, sou feliz.
E, quando essa serenidade vem, hesito em estirar-me nela a apanhar sol, simplesmente. Hesito porque estou já a temer o momento em que ela me abandone, sem aviso ou explicação, me abandone simplesmente, como já aconteceu noutras vezes.
Mas a luta continua. Quero fazer da serenidade um hábito. A luta continua...
B se estivermos rodeadas de gente serena e calma a paz na nossa vida dura uma eternidade. Cheguei à conclusão que aí está o segredo para ter uma vida sem sobressaltos. A minha paz dura à uma década, desde que aprendi a escolher as minhas companhias. A tua durará também. Beijinhos
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