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O Diário de Bridget Jones, ela resume todo o mês de Fevereiro como "O Massacre do Dia dos Namorados". E desopia a sua amargura criticando fortemente esta iniciativa, mais do que tudo, comercial e ultrajantemente injusta para aqueles que se vêem sem "muleta" neste dia que é todo sorrisos e coraçõezinhos cor-de-rosa e flores que, inevitavelmente, secarão e murcharão.
Tenho cá para mim, no entanto, que tamanha revolta não é mais do que uma dorzita no "joelho do braço", como vem depois a comprovar-se quando ela se desfaz toda em delírios porque finalmente arranjou namorado.
Eu não adoro mas também não desdenho do Dia dos Namorados. Simplesmente sou-lhe indiferente. Passei o 14 de Fev com namorado uma única vez... E foi horrível. Andávamos na escola. E não era hábito irmos a casa um do outro. Nesse dia não houve aulas, talvez fosse fim de semana, já não sei. Certo é que não tínhamos para onde ir, então fomos com um frio de rachar passear para a beira rio para fazermos a fatal troca de presentes. Presentes esses que se revelaram uma extraordinária dor de cabeça no momento da procura e uma, não rotunda mas, moderada desilusão no momento da entrega. E ali ficámos nós uns minutos. Roídos de frio... Porque, ao contrário dos filmes, onde os apaixonados não sentem frio nunca, connosco o ar não aqueceu só porque estávamos juntos. Foi uma triste experiência. E o dia continua a não me dizer nada.
No dia do Pai, tenho pena de não ter um Pai à minha beira. No dia dos avós, penso nas avós vivas e nos avôs mortos com saudade... Mas no dia dos namorados não sinto falta de nada.