30/03/2010

Tudo por causa da luz da tarde

Os últimos dias têm sido singulares... Ora faço uma aula de combat no ginásio e me sinto eufórica e invencível, ora vou comer uma francesinha com a minha mãe e a minha irmã e o ambiente ruidoso do restaurante, com gente a entrar e a sair, faz-me ter um ataque de agorafobia como já não tinha há muito...
A mãe foi embora hoje. Ainda está fresco. Ainda como a comida que ela fez e as coisas permanecem no sítio onde ela as colocou, mas amanhã já não vai ser assim...
Saí do trabalho há pouco e, por a hora ter mudado há 2 dias, ainda sinto aquela novidade de sair e ainda estar sol. Aquele sol frio, mas claro e envolvente.
Esta é uma tarde de esperanças. Porque é em tardes de sol como este (com mais calor, certo, mas com uma luz igual) que eu gosto de sair, e toda a gente parece mais viva e mais bonita, e há actividade em todo o lado. Tardes de sol como esta lembram-me os bailes de verão, o cheiro do algodão doce, a música, a gente toda na rua, as festas da terra, as férias da gente que tem férias em Agosto (que não é o meu caso), o cheiro da água das piscinas, os gelados, os risos.
É uma tarde de esperanças por uma superação, uma alegria maior, uma realização e um sentimento de plenitude que nos faça sentir que vale a pena andar cá, que o mundo é um sítio bonito e que nós, pessoas, somos também seres maravilhosos.
Estas tardes não ficam contidas no seu tempo, elas projectam-se muito para a frente, porque eu tenho a certeza que, num futuro próximo, numa tarde como esta, eu estarei a ser feliz.

28/03/2010

Apetecia-me mesmo.... #1

Sol, silêncio e "fields of gold"...

27/03/2010

Ufa.......

Hoje trabalhei imenso....



E estou satisfeitíssima!!!


No trabalho, sei o que é esperado de mim. Sei o meu papel. Faço-o o melhor que sei e posso. E presumo pensar que o faço bem.
É certo que há dias em que não apetece fazer nenhum. Mas, invariavelmente, quando tenho mais trabalho, é quando chego a casa mais satisfeita.

26/03/2010

Sangue Plebeu, de Pina de Morais

Acerca das vinhas e dos homens do Douro:
"Tão bem granjeada é (a videira), que se costuma dizer:
- Só falta dar-lhe galinha...
As bagadas de suor são tantas como as gotas de vinho colhido. A videira sustenta-se, metade da terra, metade da vida do cavador.
O mar, esse, mata por uma vez; a terra vai sugando dia a dia a vida dos que a granjeiam. O duriense é um abismo insondável de resignação. Nunca ouvi pragejar à terra. Ao mar vai-se num desafio, à terra para uma expiação."
Estes textos lembram-me do avô...

24/03/2010

Para quando me esqueço de como se respira

O video não é grande coisa... mas a música é linda... E ajuda-me quando me sinto asmática. Não que o seja, mas pela ansiedade.


'Cause you can't jump the track, we're like cars on a cable
And life's like an hourglass, glued to the table
No one can find the rewind button, girl,
So cradle your head in your hands

And breathe, just breathe
woah breathe, just breathe.

22/03/2010

Desperta

É assim que estou hoje... Talvez seja só a reacção à última semana, que foi horrível... Estou alerta. Pronta. Incisiva. Não desarmo.
Talvez este estado se esfume com o passar das horas... Mas não importa. Neste momento, estou bem.

21/03/2010

Hoje foi igual.

Não igual ao costume mas igual àquela vez em que foi diferente.
Hoje eu não engoli o meu orgulho e corri atrás deles. Hoje eu fiz o que quis e não pedi desculpa por isso.
E estou feliz comigo. E, por mais que o meu corpo me traia, por mais que eu trema e me sinta sufocar, eu estou em paz. Porque, desta vez, eu não reconheci a minha dependência deles. Desta vez eu reconheci apenas a minha vontade, que tem sido tão nigligenciada e tão distorcida. Desta vez não agi como se nada fosse, para não fazer ondas, para que tudo fique igual, porque tenho horror à mudança. Desta vez acusei os golpes, porque acredito na minha razão.
Dizem que eu mudei, quando tudo o que fiz foi tentar adaptar-me às mudanças que vi neles, em todos. Agora vou mudar outra vez. Vou ser mais EU. (há uma música foleiríssima, brasileira, que diz algo do género, mas prometo que não vai passar a ser o meu hino!... Livra...!)

20/03/2010

Acerca do post anterior...

Resultou. O ginásio resultou.
A porca da minha ex-patroa disse-me por mensagem, e depois de andar a enrolar-me com palavras simpáticas durante mais de meio ano, que não me vai pagar os últimos dois meses que me devia como penalização por eu ter rescindido do contrato sem dar dois meses à casa, como era devido. Entrementes e entretantos e pormenores à parte, ela não tinha o direito. É uma cabra dissimulada e sem vergonha na cara e, agora, ladra também.
Saí do trabalho mais do que estragada, a tremer por todos os lados e a dar graças por estar escuro porque, se o meu aspecto traduzisse bem o que eu estava a sentir, a minha cor deveria estar próxima do verde.
Lá me arrastei para o ginásio, sempre a ver se via a porca passar porque, eu juro, estava capaz de lhe passar com o meu mui possante lancia Y em cima.
Mas o ginásio e a aula de pump fizeram efeito. Cheguei a casa ainda enervada mas de uns nervos daqueles que dão para rir, e já não para tremer...
P#&@ que pariu isto tudo...

19/03/2010

Quero a minha cama!!!

Há dois ou três dias que ando um tudo nada... assim... tipo.......como dizer?..... Mole.
Cansada. Tenho uma ligeiríssimo mal-estar físico. Um pesozito na cabeça. Uma dorzita na barriga. Canso-me a subir as escadas, o que não é costume.
Ainda assim, numa atitude de cruel masoquismo, ontem lá me atirei pro ginásio, como se nada fosse. E cheguei a casa a sentir-me muito melhor! Até comi o jantar com apetite e tudo... Hoje vou lá outra vez, a ver se o efeito se repete.
Vou trabalhar no fim-de-semana. Depois folgo um dia. Depois trabalho três e folgo na sexta. Trabalho outro fim de semana e só tenho folga (uma, só) ao fim de quatro dias. E ontem o sol deixou-me pegajosa; transpirei. E hoje o dia tá cinzento e húmido e tenho as mãos frias e pegajosas por causa da humidade. E é dia do pai e não me apetece ligar ao meu. E tenho que falar à minha ex-patroa pela enésima vez, a ver se a fulana me paga o que me deve. E daqui a uma semana a minha mãe vai embora outra vez. E na terça feira há um mega evento no trabalho onde vou ter que fazer uma apresentação de cerca de 1h para um grupo de cerca de 100 americanos e estou um bocado ansiosa... A ansiedade, sempre!
De modos que apetece-me enfiar umas peúgas nos pés e ir pra cama e ficar no escuro, quentinha. E respirar devagar.


Há dias assim... Amanhã já passa...

15/03/2010

14/03/2010

Deixa-me pensar só um bocado...


Há alguns dias atrás, recebi uma mensagem de um número que não conhecia, dizendo algo do género "Oi linda! tudo bem, atão que tens feito??! há quanto tempo... eu estou a trabalhar acolá, vivo com a minha namorada e tenho um filhote com 1 mês".
Pensei imediatamente nele mas, tentei convencer-me: naaaaaaaa... Deve ser alguém que se enganou no número. Em todo o caso lá mandei mensagem a perguntar quem era e a resposta lá veio a confirmar as minhas suspeitas. Era mesmo "ele".

O meu ex, que já não vejo e com quem já não falo há para aí 4 anos lembrou-se de mim...
O tempo é, de facto uma coisa tão relativa...! Meio embaraçada lá confessei "eh, pá... eu tou na mesma...". Claro que não é bem, bem na mesma. Tirei a carta, comecei a trabalhar, mudei de trabalho, já vivi uma temporada sozinha, FIZ UMA TATUAGEM, PORRA!!! ...mas ele tem um bébé... Enquanto que eu ainda não sei, nem quero, cuidar de mim sozinha...
E, claro, lá fui eu ao hi 5 ver as fotos, com um sorriso baboso estampado na fronha... Eu sou incorrigível.

11/03/2010

Amanhã já passa.

Há dias assim, em que tudo parece demasiado excessivo. Excessivo, às vezes, é bom. Para sair da rotina, para fazer vibrar os nervos, para nos surpreendermos... Mas, em demasia, este excesso é destrutivo porque, quando o sinto, o instinto é abrigar-me, proteger-me.
E não há nada de novo. Um dia igual a todos os dias. Mas, por dentro, este estado é avassalador. E eu não posso estar a ser observada. Não posso chamar a atenção. Porque, se o fizer, os olhos que agora me vêem com admiração, vão ver também quando eu tropeçar e vão rir-se de mim. Para isso, prefiro não ser vista de todo.
Mas há alguns dias assim. E é pensando "é momentâneo. Amanhã já passa." que eu sigo em frente.

10/03/2010

Visita à Invicta

Mal entrei no comboio, deu-me vontade de escrever. Não tinha o computador comigo. Nem sequer um mísero bloco... Então agarrei em alguns talões do multibanco que, dadas as circunstâncias, teriam que servir...


"Estações de Comboio são lugares admiráveis. É sempre comovente ver os que partem serem acompanhados pelos que ficam. Tristeza de uns, saudade de outros. Ou então alegria e inveja, respectivamente. Os momentos antes da chegado do comboio, de excitação. O ar que se respira frio e novo. Depois, o embarque, a confusão. Tomados os lugares, o clímax: o acenar, os últimos sorrisos atirados. Mulheres que acenam aos maridos, jovens militares que se despedem das namoradas como se estivessem prestes a embarcar para África, novamente. E, depois, o momento em que a carruagem arranca, invertendo tudo: um momento de protagonismo na linha central da estação, por um comboio anónimo a circular num linha perdida no meio de nenhures. E as pessoas, amadas e olhadas com olhares amantes lá de fora, de repente convertem-se em estranhos partilhando a mesma carruagem e o mesmo ar.

Era aquele o momento que mais me doía e prolongava-se um pouco, enquanto o comboio percorria a cidade. E depois afastava-se. Até que, numa curva do monte, deixava de se ver completamente. Aí era o vazio. Só o rio permanecia visível. O rio que era como um fio que eu sabia que ia dar à minha terra. À minha casa."

Este post é para a Quelinha; motivo da minha visita e companhia em tantas viagens iguais.

03/03/2010

Muuuuuuuito deprimente

Ontem, ao voltar para casa com o Nando, à chuva, depois do trabalho, aparece-nos pela frente, vindo de lado nenhum, a cambalear desenfreadamente, um homem baixinho, com um cheiro absolutamente indizível a álcool, que se mantinha em pé sabe-se lá por que artes ou divina intercessão de algum muito competente e atarefado anjo da guarda. O homem aparece-nos assim e agarra-se que nem um afogado ao braço do Nando, balbuciando mil desculpas e o senhor não me leve a mal, e eu chamei um táxi e liguei à minha mãe, e tenho que ir apanhar o táxi mas não me leve a mal... O Nando lá acudiu: mas o senhor tenha calma, onde é que o táxi o vem buscar? À paragem do autocarro, respondeu o homem, sempre agarrado a ele e a tremer tanto que parecia que as pernas eram feitas de gelatina. A paragem ficava uns 30 m à frente mas, dadas as circunstâncias, essa distância era enorme... Ficámos uns minutos nisso. Eu, incapaz de dizer palavra ou esboçar um gesto. Finalmente lá aparece um táxi que pára mesmo junto a nós e abre o vidro. Pelos vistos era o táxi que o muito-bebido-senhor tinha chamado. O Nando lá o ajudou a chegar ao carro e apoiar-se na porta para falar através do vidro aberto com o taxista. E fugimos. Não faço ideia como é que o homem abriu a porta... Se chegou sequer a abri-la. Sei que o deixámos lá encostado a falar através da janela aberta e a chamar mãe ao taxista.
Foi do mais deprimente... E o pior, o que me afectou verdadeiramente, foi eu ter passado o tempo todo a pensar no meu pai. O homem falava como ele. E, pior, cheirava como ele. E por duas vezes eu olhei bem para a cara dele para ver se não era o meu pai, apesar de o sujeito ser bastante mais baixo...
Se calhar, um dia, vai ser o meu pai nesta situação. E eu não vou estar por perto para o amparar. Não quero. Nem posso. Far-me-ia mal.