13/06/2010

"A Cabana", de Wm. Paul Young

Acabo de acabar (!) a leitura... Não comprei o livro porque desconfio sempre dos grandes sucessos.
Em todo o caso, a Gi (adorável!) emprestou-mo... e eu tinha que escrever alguma coisa sobre isso! É que, apesar de não ser "um grande livro" ou "uma grande história", é um textinho simples, que usa palavras singelas mas que não nos deixa indiferentes. É, não digo "o livro" mas antes, "as palavras" que todos deveriam experimentar ler, pensar, interiorizar, compreender e, depois, praticar.
Basicamente, vemos colocadas em discurso directo todas as perguntas que nós próprios gostaríamos de colocar a Deus, se um dia esbarrássemos com Ele. Já as repostas, são do mais simples e elementar possível.
Este livro não vai converter ninguém; não tem resposta para nenhum dos dogmas da nossa Fé; não nos diz porque é que, apesar da Sua infinita bondade, Deus permite que certas coisas aconteçam. Não é uma Bíblia ou um catecismo. Este livro não ensina; mostra. Mostra uma maneira diferente de ver as coisas e as pessoas e toda a Criação. Uma maneira livre da dor, do medo, da raiva, das expectativas, das pressões. Uma maneira que é toda Confiança e Amor.
A imagem física da Trindade é, simplesmente, amorosa. E há uma série de detalhes deliciosos que fizeram com que desse por mim a sorrir (não um sorriso discreto, mas rasgado, de orelha a orelha) enquanto lia. Por exemplo, quando, já na presença de Deus, Jesus e do Espírito Santo, Mack se senta à mesa e, mecanicamente, baixa a cabeça e fecha os olhos para orar em agradecimento pela refeição. Só depois se apercebe do que estava a fazer, então olha para Os Três e diz, simplesmente "Obrigado pelo almoço.".
É verdadeiramente tocante e profundo.
Só um ponto me pareceu um pouco perturbador... A indiferença de Deus perante o que nós fazemos "cá em baixo". Talvez não seja indiferença, porque se preocupa, mas passividade.
Deus diz, a dada altura: "Exiges a tua independência mas depois reclamas por te amar o bastante para corresponder à tua exigência?"
Ou seja, Deus deu ao Homem o bem mais valioso, a Liberdade. Por lha ter dado, Deus abstem-se de interferir no que quer que o Homem decida fazer. Por isso acontecem coisas más.
Isso perturba um bocado a minha ideia do Deus/Anjo da Guarda, que estende a Sua mão protectora para nos guiar e defender... Porque se assim não for, porque rezamos nós? Para agradecer e para pedir... Mas porque haveremos de agradecer ou pedir o que quer que seja se Deus, na verdade, não move uma palha por nós?

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