Este livro é uma sátira, é cómico, mas é trágico, é poético e chega até a ser uma apresentação em power points... Não é um livro fácil. Começamos por conhecer a Sasha (jovem e bela mulher em Nova York, cleptomaníaca, mas anda em terapia), que é empregada de Bennie (um ex-director de uma empresa discográfica, na decadência da meia idade, que toma o café com flocos de ouro que lhe custam uma fortuna porque ouviu dizerque melhora a potência sexual)... depois disto, vem uma história da infância de Bennie e os seus amigos, Rhea, Jocelyn, Scotty e Alice; depois um capítulo dedicado a Lou, um homem mais velho que foi a modos que amante de Jocelyn... e por aí fora. Vamos conhecendo intimamente e sem uma grande organização cronológica uma série de personagens cuja ligação é, às vezes, pouco evidente.
Nesse aspecto, é intensivo. Não é uma sátira tradicional, daquelas que se lê descontraidamente. Mistura a ironia com seriedade grave.
O final faz o encaixe de todas estas peças... aprendemos que o Brutamontes de que nos fala o título não é mais do que o Tempo. Esse tirano insaciável ao qual ninguém foge. A todos persegue e a todos apanha e fustiga e destrói. E seja qual for a nossa origem e o nosso percurso, todos daremos um dia pela passagem dele, como que uma vertigem, uma sensação de movimento, e nos abismaremos na comparação com o que éramos.
É um livro "pesado"... mas inovador, sem dúvida!... mais um da vasta biblioteca do Duarte...