Era uma vez um casal de namorados, que viviam em mundos tão diferentes... Ele vivia em azáfama, seguro de si e com bravura encarava tudo e todos. Vivia num palácio de pedra, sempre firme e inalterado, que não era abalado por coisas abstractas como medos ou dúvidas.
Ela vivia no palácio feito de gelatina, onde tudo era questionado e as paredes tremiam a toda a hora. Ali, as emoções corriam desvairadas, medos de rejeição, de impotência, do desconhecido, das partidas da imaginação e da tristeza que brota sem se saber de onde...
Quando ela o visitava, admirava-se sempre com a solidez tranquila daquele palácio de pedra, inabalável, inquestionável, tão simples, tão racional e directo. Às vezes parecendo insensível. E, ao regressar a casa, pensava que aquela era uma mudança possível. Ela poderia aprender a acalmar a sua mente e as sua emoções, e ir transformando aos poucos as paredes gelatinosas da sua casa em algo mais sólido, algo que não trema por natureza, algo onde seja agradável viver.
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