Nunca gostei de "dias de". Na minha forma de ver as coisas, os "dias de" são só desculpa para os hipócritas se lembrarem e mimarem alguém ou alguma coisa que negligenciaram durante o resto do ano, seja o seu amor ou uma árvore. O Dia de S. Valentim, por exemplo... Só tive por quatro vezes dia dos namorados com namorado, sendo que os últimos 3 foram nestes três últimos anos consecutivos... por isso,
para mim, este dia era só dia de o meu pai, que bebia e nos fazia a vida num inferno, trazer rosas para casa, para oferecer à minha mãe, a quem amava muito, dizia ele, para fazer ver a mim e à minha irmã que, afinal, ele era um bom marido e um pai dedicado.Já todos sabemos que isto são dias empolados pelo comércio e o consumismo, esse sermão já é velho. Ainda esta semana a comunicação social nos brindou com uma reportagem especial acerca da violência no namoro, que já é quase aceite como sinónimo de interesse e carinho...
Sim, sinto-me uma velha azeda e pessimista mas não gosto destes dias. Além de que me mexe com a ansiedade a obrigação de estar com humor condizente com o dia... Toda alegria e paz no Natal, toda euforia no carnaval e toda romance e denguice no São Valentim... Só o facto de ser o que se espera, tira-me toda a vontade e à-vontade...
Tem toda a razão.
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