O que se faz com os desenganos? E com o sentimento que eles destroem, o que se faz?
O que se faz quando aquela colina que amámos e admirámos por nos parecer harmoniosa é afinal, nas palavras de quem a viu de perto, um aterro fedorento e artificial?
Ou quando uma história que ouvimos e interiorizámos e com cuja recordação nos deleitamos, se revela afinal falsa, errada, mal contada. Não foi assim que aconteceu. Não existe.
O que fazemos com aquele carinho, com o sentimento que alimentámos? Onde é que guardamos a realidade desenganada? Foi falsa mas existiu em nós, no nosso coração e no nosso imaginário. E onde colocamos a nova realidade, a que é "realmente real"? Pomo-la em lugar de destaque e à vista, para nos lembrarmos de que não devemos deleitar-nos outra vez com a ilusão que tínhamos? Ou ignoramo-la, não pensamos nela e deixamos o nosso instinto fugir para a ilusão que se habituou a aceitar como verdadeira, apesar de ser tudo uma historieta barata?
Não sei a resposta a estas perguntas. Não sei o que vou ser capaz de fazer com a minha "tralha" mental... Mas sou muito, MUITO organizada e metódica. Sei que, de uma forma ou de outra, vou arrumar isto num isntante!