...quando estou na vigilância da exposição em vésperas de feriado... Sim, exposição. Trabalho num museu. E sim, faço também vigilância, onde tenho que andar a perseguir desenfreadamente os visitantes... para garantir que têm um acompanhamento, em caso de dúvidas, ou uma traulitada na cabeça, em caso de gostarem de ver com as mãos...
Dizia eu, quando estou na vigilância em vésperas de feriado, que costumam significar montes de gente a entrar a toda a hora, obrigando-me a ficar por longos períodos a circular por lá com ar de quem está de facto a fazer algo de muito interessante e criativo, ou a estudar, ou a examinar as peças... Tudo menos ficar de olhar colado nas pessoas, como acontece nas lojas dos chineses. Odeio. Quando sou olhada dessa forma, fico a pensar se terei ar de terrorista, portanto, não quero incutir essa sensação de desconforto nas pessoas...
Então, pela terceira e última vez, quando estou na vigilância em vésperas de feriado, eu comporto-me como se estivesse numa festa... onde eu sou algo próxima do anfitrião. Vou circulando pela sala, com um meio sorriso nos lábios e nos olhos. Só meio porque, se fosse completo iria parecer uma tolinha; se fosse ausente de todo, iria parecer hostil. Meio sorriso no rosto, vou circulando lentamente, parando para observar algum pormenor em algum objecto, cumprimentando polidamente as pessoas, oferecendo-me para tirar dúvidas aos velhinhos (já disse aqui que adoro velhinhos!), perguntando aos mais pequenos se sabem o que é isto ou aquilo, para que aprendam de onde vieram e que os museus não são uma seca... Entabulando uma conversa de 2 minutos acerca de alguma curiosidade, ouvindo com genuíno interesse as experiências e conhecimentos que as pessoas estão dispostas a partilhar...
Enfim, o truque para aguentar horas de pé, dentro do mesmo espaço a ser constantemente invadido por pessoas desconhecidas é este: atitude de recepção/evento/festa em que somos próximas do anfitrião. Aprendam comigo. Vão ver que ajuda.
meio sorriso, isso é só com metade da boca?
ResponderEliminarBoa técnica! :)Bjo
ResponderEliminarUm trabalho desses, observando tanta dente diferente, também deve ser boa fonte de histórias... Boa Páscoa!
ResponderEliminarEl Matador, é isso, sim... mas mais charmoso... =)
ResponderEliminarEva, tem que se arranjar forma de tornar as coisas mais giras, para não nos cansarmos... beijinho
Luísa, é um trabalho simpático. Gosto! =) beijinho e Páscoa Feliz!