12/12/2015

Pensamentos obsessivos

Na minha mente surgem muitas ideias; sobre quem sou, sobre os meus sentimentos, sobre as pessoas que amo... Surgem dúvidas, medos e pessimismos... E, em vez de os sacudir de cima dos ombros, como se de caspa se tratassem, por serem irreais, por serem algo que não quero alimentar, eles surgem e o medo daquela possibilidade imaginária paralisa-me, como um animal encandeado por faróis... Fico paralisada na sua contemplação e cresce em mim a ansiedade acerca do futuro dali a 5 minutos assim como dali a 5 anos.
Comecei ultimamente a ter medo dos meus pensamentos, porque sei que se por um acaso eles saem do caminho "bom", se uma má memória ou um mau receio me assaltam, cresce um princípio de pânico, de inevitabilidade. E uma urgência de agir, de fugir.
Penso, às vezes, que li demais. Pensei demais. Vi perspectivas a mais e agora faço instintivamente uma ligação entre as histórias dos outros e a minha própria. Comparo demasiado. Espero encontrar nas coisas que vi, histórias que li e opiniões que ouvi, a medida do que é certo e normal e aceitável. O que não cabe nessas medidas causa-me pavor de tomar a decisão errada e fazer um juízo injusto. Tranquiliza-me ligeiramente lembrar uma frase que encontrei uma vez por acaso neste vasto mundo que é a internet, e que dizia que um dos principais motivos para a depressão/tristeza das pessoas é compararem os seus "bastidores" com as melhores cenas dos outros. Esta frase veio em boa hora e ressoou em mim de forma tranquilizadora.
Um ditado chinês diz que não podemos impedir as aves do desassossego de voar sobre a nossa cabeça. Mas podemos impedi-las de fazer ninho nos nossos cabelos. Eu estou a tentar mexer-me para os afugentar; às vezes parece que os meus braços estão paralisados. Outras vezes parece que até os mexo e afugento algumas mas, por serem tantas, há uma ou outra que me conseguem iludir.

Tenho tido muitas vitorias também. Quase todos os dias há uma ou mais pqueninas vitórias insignificantes e invisíveis para toda a gente mas que me aquecem o coração e pelas quais agradeço nas minhas orações, à noite. Agradeço a Deus, ao Tao (que na cultura chinesa é a entidade que ordena o universo e que está em tudo o que existe), às energias... Seja lá o que for que governa tudo isto. Agradeço a mim mesma também, por ser o que sou e por tentar ser melhor.

10 comentários:

  1. Todos temos dúvidas e todos fazemos comparações. Numa análise de vida mais profunda, convém não radicalizar nem sermos demasiadamente auto críticos, pois se assim formos, sujeitamos-nos a criar um monstro dentro de nós que nos consome a todo o instante.

    Beijos

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    1. Sim, Mz... eu tenho um monstrinho poderoso que alimentei sem querer durante muito tempo... está na hora de tentar domá-lo!

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  2. Por muito mal que nos pareça ser o cenário temos sempre a possibilidade de escolha.

    Nada de vitimizações ou culpar os outros.
    Optemos por nós,pela nossa felicidade.

    Beijinhos

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  3. B vim agradecer a tua visita, sempre bem vinda. Também tenho estado fora. O blog tem 4 publicações este ano. Gostaria de ter estado mais presente porque temos atravessado por situações que precisam de uma voz activa mas é impossível ter tempo para tudo. Na quinta os animais aumentaram e eu sinto-me muito feliz em lhes dedicar todo o tempo feliz. Eles demonstram sempre o quanto gostam de nós e nós precisamos de lhes fazer sentir o quanto eles são importantes para nós.
    Falando agora do que publicaste, dessas dúvidas que tanto medo te fazem. Não penses muito no amanhã porque ninguém sabe como será portanto é tempo que perdes hoje. Vive, vive o melhor que possas o presente porque o tempo passa muito depressa e amanhã podes não ter tempo para fazeres o que queres. Nunca deixes nada, hoje, por fazer porque amanhã talvez já seja tarde. Minha Querida hoje, que tenho 52 anos, vejo a vida de maneira tão diferente! A idade ensina-nos que a única coisa importante é mesmo viver e viver feliz. Para isso é preciso tão pouco, para quê complicar? Para quê dedicarmo-nos a coisas superfulas que só servem para perdermos energias e acrescentar dúvidas à nossa existência? As histórias dos outros só devem servir para tirarmos conclusões, não para nos atormentar. Aprendemos muito com elas mas apenas devemos, com elas, aprender a saltar os precipícios que a vida tem e nunca a atirarmo-nos para eles. Viver obcecada, seja com o que for, acaba por for leva-nos a uma vida negativa, que é precisamente o que não queremos. Tentares ser melhor é óptimo e se o conseguires melhor ainda. Há atitudes que eu valorizo tanto mas que sei que nunca farei porque sou demasiado egoísta. Sair de casa para dedicar o meu tempo como voluntária numa acção solidária, por exemplo, não faço, porque prezo demasiado os minutos que estou em casa. Sou egoísta, sei-o, mas não consigo modificar-me.
    Beijinho grande cheio de saudades

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    1. Não é egoísmo se for o que precisamos para a nossa tranquilidade e bem estar. Viver a vida da forma que nos dá serenidade é uma escolha, não deve ser julgada pelos outros como egoísmo. Todos estamos a tentar ser felizes e ainda bem que temos maneiras diferentes de o ser... =)

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  4. Olá Briseis! Quanto desassossego neste regresso. Há que valorizar essas pequenas vitórias. São elas que fazem mover o (nosso) mundo. :)

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  5. Sim... É certo que, para muitos é uma época mais triste porque traz memórias, faz sentir saudades... Mas, o que é certo é que a vida tem e deve continuar. Infelizmente ela não é estática.
    Sempre vivi esta época com intensidade. O ano passado não tive um Natal como todos os outros anos por culpa minha por isso, este ano, quero tirar partido de tudo :)
    Obrigado!

    Dúvidas vamos ter sempre e por muito que seja boa a escolha que fazemos, temos sempre tendência em pensar nos "se". A vida é curta demais. O hoje já foi e o amanhã não se sabe. Toca a levantar a cabeça!

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