Ontem tive oportunidade de fazer uma sessão de terapia com uma grande Doutora, juntamente com um pequeno grupo de pessoas de tantas proveniências e experiências diferentes mas que se identificam todas com as dores da mente, da ansiedade, do sentimento de que não se é suficientemente "qualquer coisa", que vai de bom, a bonito, forte, digno, inteligente... Há para todos os gostos.
E foi muito bom estar em paz, ouvir e observar. Não aprendi nada de novo, já li muita coisa, já ouvi muita gente, já escutei sugestões de profissionais e já partilhei experiências com doentes...mas um reforço vem sempre a calhar, principalmente quando vem de uma pessoa que irradia uma aura tão serena e empática.
Todos nós guardamos lixo no nosso interior. Todos nós pensamos volta e meia "não fazes nada de jeito, és sempre a mesma coisa". E além deste mau-trato que nos infligimos, ainda aceitamos o que vem de outros, quando nos sentimos desrespeitados ou humilhados. E relembramos, e lamentamos, e ressentimos.
Mas é tudo lixo. Então, a mensagem que ontem eu trouxe é "aqui dentro não entra lixo, só entra amor. Aqui dentro (e estou a colocar as mãos sobre o coração) mora gente".
Trouxe de lá muita paz. Nem me importei por perder o comboio. Nem dei importância ao facto de ter jantado uma triste sandes de lombo fumado na estação. Dentro de mim, o lixo estava a ser descartado.