21/10/2012

A Manta


Todos temos uma manta. Aquela da infância era fofinha, felpuda, tinha o nosso cheiro e nós usámo-la até os cantos começarem a desfazer-se e as cores serem irreconhecíveis.
A manta protege-nos do frio. E dos papões. Basta puxá-la até nos cobrir a cabeça, segurá-la com força, prender o fundo com os pés, entalar os lados debaixo do corpo. Estamos hermeticamente protegidos e dormimos sossegados.
E é horrível o dia em que nos vêm dizer, ou descobrimos por nós próprios, que a manta... é só uma manta. E que, se o frio aumentar, nós vamos congelar, apesar dela. E que, se os papões vierem mesmo, muito facilmente eles nos arrancam da nossa protecção fingida.
O que será de nós, quando isso acontecer?
E, enquanto não acontece, como poderemos continuar a apreciar a nossa manta e a dormir descansados com ela?

10 comentários:

  1. A inocência é a nossa manta. Quando ela acaba, acaba o sossego...

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    1. Fabi, é bem verdade. Chegaste muito ao fundo da questão... =)

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  2. A manta está a ficar cada vez mais esfarrapada...

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    1. De dia para dia, Luísa... Oxalá sejamos capazes de nos ir habituando aos poucos à sua ausência...

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  3. Eu nunca tive uma manta, mas hoje em dia, precisava bem dela para me reconfortar.

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  4. Carlos, não posso acreditar nisso! =) ...mas vá, se nunca houve uma manta na sua vida, não é tarde para arranjar uma. um beijinho

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  5. Briseis quando a manta desaparecer tu começas a criar uma capa que te vai proteger e descobrirás que nem um bicho papão te poderá meter medo. Beijinhos

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  6. Eu espero manter a minha manta muito tempo :) (eu tenho mesmo a minha manta, uma manta feita de retalhos de lã colorida tricotada pela minha mãe)

    Beijinhos

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