09/09/2012

"A Chave para Rebecca", de Ken Follett


Agarrei no livro, lá na biblioteca municipal, porque queria uma leitura absorvente e frenética. E assim foi. Li-o em menos de 48 horas. 396 páginas. Era o que eu queria... Mesmo sendo um bom livro, deu-me o dobro da satisfação o simples facto de ser precisamente o que eu estava à espera e precisava.
Durante a Segunda Guerra Mundial, no Cairo, há uma profunda rede de espionagem em que os ocupantes do Exército Inglês procuram defender a sua posição dominante contra os invasores alemães.
A história é contada a um ritmo duplo em que, ora acompanhamos as artimanhas de um sedutor e galante espião alemão, Alex Wolff, ora assistimos aos passos do major William Vandam, que o tenta capturar. Uma das coisas que mais me encantou no livro foi precisamente o facto de ele estar dividido entre dois protagonistas rivais. Não existe um "bom" e um "mau". Eles são dois heróis que se perseguem e se tentam anular e eu vi-me seriamente indecisa quanto a tomar partido por algum deles.
A história é narrada no habitual tom ligeiro de Follett, com uma linguagem muito directa, como se estivéssemos a ouvi-la de um amigo e, volta e meia, lá vem um episódio um tudo nada mais lascivo, só para apimentar a coisa...
É um livro que entretém, sobretudo. Um livro que não se serve de mistérios do tipo "quem será o espião?, quem será que matou?". Está tudo às claras. O livro e o suspense valem por si próprios, não por nos apimentarem a curiosidade e deixarem na dúvida até à última página. Só um grande contador de histórias é capaz de fazer isso.
...para me deixar triste, só um bocadinho triste, o final, que eu esperava grandioso, com um dos nossos heróis a vencer, inevitavelmente, e o outro a sair derrotado, deixando-nos com uma sensação agridoce...foi, afinal, um final bastante convencional, em que o charme e encanto de um deles se vai deturpando em meia dúzia de cenas reveladoras, destruindo completamente toda a admiração que tínhamos criado... E um livro que foi sempre grandioso, empolgante e magnificamente contado, no sentido de nos fazer ansiar por uma vitória e um final feliz para dois lados antagonistas, torna-se um livro "normal", com um lado "bom" e um lado "mau"... mas não vou dizer qual é que vence... =)
Fora este pequeno pormenor, adorei o livro... espero encontrar mais livros assim, quando preciso deles...

6 comentários:

  1. Deve ser lindo mesmo pra devorar tantas páginas em 48 horas.Que bom! beijos,chica

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  2. Chica, se calhar, "lindo" era uma palavra que eu não utilizaria para caracterizar este livro. Se calhar, "bom", "empolgante" ou "viciante" cabem melhor... =)

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  3. Briseis, vejo que ficaste fã de Ken Follet. Também eu fiquei fã, e quando me apetece uma leitura simples, empolgante, e viciante retorno ao Ken Follet. Se consegues encontrar livros dele na biblioteca municipal, recomendo "A Ameaça" e a "Contagem decrescente".

    Por agora interrompi a septulogia de Stephen King e estou a ler "Kafka on the Shore" de Haruki Murakami (615 páginas de versão inglesa).

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  4. Utópico, fiquei definitivamente fã! =)o homem não é nenhum Nobel da literatura (até ver) mas entretém e, no fundo, o objectivo de ler é esse mesmo... =) infelizmente, a biblioteca não está muito bem recheada no que diz respeito a Ken Follett. Acho que, além dos dois que já lá requisitei, não há muito mais... mas vou estar atenta. De vez em quando, é uma maravilha ler algo assim! Obrigada pelas sugestões que me deste neste sentido! =)

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  5. Assisti a esse filme faz uns 10 anos e até hj me empolgo ao falar desse livro..realmente muito bom,,,

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    1. obrigada pelo comentário! A ver se arranjo o filme para ver... =)

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