06/09/2012

"A Praia Roubada", de Joanne Harris


Mais uma vez verifiquei a validade da minha tese: prefiro o lado negro da JH ao seu lado fofinho...
A motivação para conseguir acabar de ler este livro foi: assim que o acabar, começo a ler outro!!! Mas confesso que, por várias vezes, e mesmo já perto do final, questionei hipoteticamente: será que eu seria capaz de largar este livro assim, neste momento, e nunca querer saber o fim? ...e a resposta foi sempre afirmativa... É uma daquelas histórias leves, de Verão, que cheira a mar e não nos absorve muito...
Vai-se desenrolando ao sabor da vida de uma ilha muito particular (ou talvez não, talvez todas as ilhas tenham os seus segredos, os seus ódios de estimação, as suas caturrices, as suas superstições...). E as personagens têm os seus comportamentos estranhos, os seus lados incompreensíveis e a personagem principal, que é a narradora (dificilmente gosto de livros com narradores que falam na primeira pessoa), lá vai andando, a gastar a sua angústia e culpa que não chegamos a perceber bem de onde vem, a buscar a sua redenção (de quê?), a tentar compreender os outros e a fazer um esforço por marcar a diferença numa aldeia parada no tempo à espera que o mar a leve... Rouba-se uma praia. Eu tinha uma expectativa muito poética de gente a transportar furtivamente baldes de areia e búzios de um lado para o outro, mas afinal a história é um tudo nada mais crua... Afinal é só uma barreira, um quebra-mar, uma coisa qualquer que se constrói para desviar as correntes...
O final valeu 20 pontos negativos porque este é um daqueles livros em que, no final, revelam-se todos os mistérios, uma verdade escondida que vem dar sentido a todos os sinais a que não prestámos atenção, a todas as frases que não procurámos esmiuçar ou reter, que vem tornar maiores todos os gestos até então cometidos...Como se um final onde é narrada uma história do passado, como seu quê de dramático e triste, onde todas as personagens, todos os nomes são envolvidos, pudesse compensar as mais de 300 páginas anteriores, fazendo finalmente delas sentido. Não me encanta, assim...

2 comentários:

  1. Já nem me lembrava que tinha lido esse livro...

    ResponderEliminar
  2. Luísa, até me comecei a rir ao ler o teu comentário... O facto de não te lembrares, já diz muito sobre o que achaste dele...lol

    ResponderEliminar