24/12/2010
Atenção. Este post não reflecte o meu estado de espírito. Eu tou fixe.
21/12/2010
Abracinhos
15/12/2010
esquisitices
Saiu, finalmente, de casa! ...não sem antes dar um toque com o pé no tapete da entrada que, invariavelmente, não estava alinhado com a tijoleira. Neste ponto pensava sempre: "a minha casa há-de ter o chão liso. Completamente liso, para não ter a paranóia de alinhar tapetes com tijoleiras... Oh, mas que porra... Se não for pela tijoleira, hei-de alinhá-los pelo rodapé. Mas eu quero enganar quem?".
Paragem do autocarro. Foi um sério teste de resistência tolerar aquele indivíduo com catarro crónico que não cessava de brindar os presentes com sons emitidos directamente do mais fundo da sua garganta. Não encontrou lugar sentado no bus, pelo que se encostou a um canto, mas isso não impediu que passasse toda a viagem a receber toques e encontrões pelos lados. Mais do que com os toques em si, arreliava-se com o facto de nenhum dos agressores mostrar minimamente incomodado com o contacto. "Parecemos botijas de gás, apinhadas numa caixa aberta qualquer", pensou com desconsolo.
Trabalho. Hora de almoço. Trabalho, parte II.
Regressar a casa... Novamente o magote de pessoas enlatadas no mesmo bus, com a agravante de que a frescura matinal já se foi. Os homens já vêm de colarinhos desabotoados, a cheirar levemente a suor e as senhoras com a maquilhagem borrada. O colega, que vem no mesmo autocarro, sussurra-lhe uma piadita desinteressante qualquer ao ouvido e o calor da respiração na pele do pescoço faz-lhe assomar à cabeça uma resolução: "Tenho que arranjar carro... ou uma doença contagiosa qualquer que desencorage este tipo de atrevimentos e invasões de espaços vitais."
Chega a casa para a avalanche de perguntas sobre a jornada, como se fosse de esperar qualquer novidade. "Foi um dia normal...", remata com sorna. A tia andou em limpezas: lá estão novamente as molduras de fotos, jarros com flores, livros e todos os tarecos decorativos artisticamente colocados de viés, em cima dos móveis e estantes. À sua passagem, vai endireitando tudo, de forma a ficar tudo em linhas paralelas ou perpendiculares à borda do móvel.
Conversas. Barulho. Risos. Oh, sorte... Fecha-se no quarto simulando alguma tarefa importantíssima e inadiável, fazendo a sua aparição apenas para jantar. E recomeça tudo.
"Não, pela enésima vez, não quero que me sirvam a salada. Vão encher-me o acompanhamento de pingos de azeite e vinagre. Córror!". A avó, na falta de insulto mais rebuscado, remata com um "ai, estes jovens agora são uns enjoados" que vai alternando com um "é a fartura que faz o galo galego". Para sobremesa, procura uma peça de fruta. Não uma qualquer. Deve ser "A" fruta. Imaculada. Intocada. Sem manchas ou pisaduras ou picadelas de bichos ou pássaros. Madura, sem estar mole. E fresca do frigorífico, sempre. Nova onda de comentários à esquisitice.
Depois insistem em "ajudar", dizem eles, a preparar a banca para lavar a louça. Amontoam os pratos sem terem o cuidado de raspar os graõs de arroz todos (todos, mesmo) para o lixo e sem despejarem as últimas gotas de vinho dos copos. Depois de acabarem de ajudar (?!) sentam-se e, inspirando fundo e expirando lentamente, cabe-lhe a si, passar tudo por água como deve ser, antes de encher a banca, a menos que se queira habilitar a ter grãos de arroz flutuantes na água da lavagem, turva pelo vinho tinto.
Enquanto está nesta faina, vai ouvindo as conversações em português reles que se vão passando na sala. Uma a sugerir preparar umas "hamburgas" para o almoço de amanhã; outra a contar da vizinha que vai fazer uma "biópse"; alguém queixar-se da juventude, que está cada vez mais "remusgona"...
Acaba de arrumar a cozinha a correr e vai agarrar num livro. Fica na sala (para não receber o rótulo de anti-social) com esta desculpa formidável para não responder a comentários ou participar em conversas... Isto, esperando que já tenham desistido dos comentários de "tanto lês! Vê se descansas essa vista! Parece que comes livros!"
Espera que todos vão para a cama. Aí, sim... Silêncio. Paz. Estica-se no sofá...que ainda está quente de toda aquela gente que lá estava plantada há horas. Vai para o quarto. Fecha os olhos. Sente o frio na pele enquanto tira a roupa para vestir o pijama. Deita-se, finalmente. Agarra com força a almofada e, no limiar do sono, toma uma decisão: "Amanhã, compro uma arma..."
14/12/2010
Verbo TRAPACEAR
06/12/2010
Ira
A ira, não. A ira fala na primeira pessoa. Eu encho-me de ira por mim. A ira é egoísta e narcisista. Faz um cordeiro rugir que nem um leão; é uma corda que vibra de modo intenso e irracional e que dissolve no seu reverberar toda a razão e bom-senso.
05/12/2010
Cicatrizes
29/11/2010
Fugir, esquivar ou ficar
07/11/2010
Sobre a Perseverança
27/10/2010
Não é irónico?
18/10/2010
Piropo
Dizia eu, a seguinte pérola:
"ola B es uma mulher fantastica que quase destruistes a minha pupila ocular"
Assim. Mai nada. Poesia pura.
Vou andar bem disposta o resto dia, depois disto...
Um piropo por dia, só eu sei o bem que me fazia...
16/10/2010
Alguém que me cale.
15/10/2010
"Pièce de résistance"
Despedi-me da senhora e vim embora a pensar que bem posso deitar-me a dormir porque o meu dia já foi produtivo, que já valeu a pena ter-me levantado e que foi uma qualquer intervenção do Big Boss lá de cima que possibilitou que eu estivesse lá, naquele momento... Foi a "pièce de résistance" do meu dia...
E agora estou a pensar como foi tão fácil esta senhora, que nunca me tinha visto, confiar em mim para a acompanhar à porta de casa e dizer-me que está sozinha, com um filho de cama... Como é fácil os nossos velhinhos, na sua fraqueza, confiarem nas pessoas que lhes estendem uma mão e que, tantas vezes, vezes de mais, são mal-intencionadas...
10/10/2010
Amantes e Amados
06/10/2010
Sinestesias
02/10/2010
Só um pormenorzinho...
28/09/2010
23/09/2010
É um passo insignificante para o Homem...
20/09/2010
Ténis
14/09/2010
Apetecia-me mesmo.... #7
Tenho pena de querer assistir a um jogo de tenis com alguém mas não ter coragem de ir ao café pedir para porem a TV no canal do jogo porque sei que ninguém vai gostar de ver.
Ainda assim, gostei de tentar cativar a minha irmã a ver o jogo comigo, e até consegui... Mas a pobre adormeceu pouco depois da meia-noite... E lá fiquei eu sozinha no sofá, até às 3h da manhã, aos saltinhos e a soltar guinchos abafados para não acordar a vizinhança...
Rafa, grande campeão!
13/09/2010
Missa aos Domingos
06/09/2010
Uuuuuuiiii... Estamos em Setembro
01/09/2010
Eu, livre
24/08/2010
Sobre a Dor
Na porta que se fecha sobre o nosso dedo, na postura incorrecta que nos massacra as costas, no som perfurante que nos fere os tímpanos, no ardor de uma ponta de cigarro sobre a pele, nas palavras escusadas de alguém... porque ninguém nega que as dores da alma podem ser tão ou mais dolorosas do que as do corpo.
Omnipresente. Omnipotente. A dor tira-nos a ousadia e só pedimos que passe. Rápido.
20/08/2010
Post nº 100
17/08/2010
Na ressaca...
11/08/2010
"Pessoas como nós", de Margarida Rebelo Pinto
08/08/2010
Emigrantes
31/07/2010
Tive um sonho
Quando, esporadicamente, sonho que alguém me morre, acordo lavada em lágrimas e passo o resto do dia a pensar nisso. Esta vez não foi excepção mas, ao pensar no assunto, apercebi-me que eu não chorava por sentir a falta dela ou por saber que não ia voltar a vê-la. A coisa que não me saía da cabeça era que ela tinha morrido assim, de repente, tão jovem, e sem levar nada da vida. A minha mãe, que sempre se sacrificou tanto, que sempre trabalhou, que teve um mau marido, que teve depressão, que viveu anos reduzida a um frangalho, fraco e aterrorizado sem no entanto poder em momento nenhum baixar os braços e descansar, que me viu a mim definhar todos os dias pelo mesmo motivo, culpando-se por não pôr um ponto final na situação... A minha mãe que foi jovem e bonita e queria ser costureira e que na vida pouco realizou que fosse totalmente seu desejo e de forma totalmente egoísta, para si, para o seu bem, para sua alegria.
Tenho saudades da minha mãe.
30/07/2010
Vou hibernar só até isto passar...
26/07/2010
Apetecia-me mesmo.... #6
22/07/2010
Carpe Diem...
18/07/2010
"Aquarela", de Toquinho
podem ver o vídeo AQUI
"Numa folha qualquer eu desenho um sol amarelo
E com cinco ou seis retas é fácil fazer um castelo
Corro o lápis em torno da mão e me dou uma luva
E se faço chover com dois riscos tenho um guarda chuva
Se um pinguinho de tinta cai num pedacinho azul do papel
Num instante imagino uma linda gaivota a voar no céu
Vai voando, contornando a imensa curva Norte-Sul
Vou com ela, viajando
Havaí, Pequim ou Istambul
Pinto um barco a vela, branco, navegando
É tanto céu e mar num beijo azul
Entre as nuvens vem surgindo um lindo avião rosa e grená
Tudo em volta colorindo com suas luzes a piscar
Basta imaginar e ele está partindo, sereno, lindo
E, se a gente quiser, ele vai pousar
Numa folha qualquer eu desenho um navio de partida
Com alguns bons amigos bebendo de bem com a vida
De uma América a outra consigo passar num segundo
Giro um simples compasso e num círculo eu faço o mundo
Um menino caminha e caminhando chega num muro
E ali logo em frente a esperar pela gente o futuro está
E o futuro é uma astronave que tentamos pilotar
Não tem tempo nem piedade nem tem hora de chegar
Sem pedir licença muda nossa vida e depois convida a rir ou chorar
Nessa estrada não nos cabe conhecer ou ver o que virá
O fim dela ninguém sabe bem ao certo onde vai dar
Vamos todos numa linda passarela de uma aquarela
Que um dia enfim descolorirá
Numa folha qualquer eu desenho um sol amarelo (que descolorirá)
E com cinco ou seis retas é fácil fazer um castelo (que descolorirá)
Giro um simples compasso e num círculo eu faço o mundo(que descolorirá)"
14/07/2010
Imaginemos...
E aqui a porca torce o rabo.
12/07/2010
Há algum nome para isto?
Nas últimas noites eu tenho saído. Arranjo-me e tento estar bem com os que me rodeiam. Não são os meus amigos de longa data, já que esses desertaram... São pessoas que conheço tão pouco mas com quem rio e com quem consigo manter uma conversa ligeira e saudável. Não exigem nada de mim. Nada tenho a exigir deles. Estamos juntos porque disfrutamos a companhia uns dos outros. E isso é, afinal, uma boa base para chamar alguém de amigo. E passei algumas vezes pelo meu "outro amigo", o das obtusidades... E soube que estou melhor. Estou mais desperta. Não me preocupo tanto. Não ligo tanto a ninharias. Porque o meu mundo era reduzido e os meus amigos governavam-no despoticamente. Agora eu sou livre. Cresci. E sei que isto soa tudo muito mal e individualista e tudo... Mas eu sei que está a ser positivo para mim porque eu era o extremo oposto.
É feio, eu sei... Mas sabe tão beeeeeeeeem...
09/07/2010
Sexta à noite...
07/07/2010
Acerca do egoísmo...
O egotista é um sujeito com mau gosto, mais interessado em si próprio do que em mim, em "Dicionário do Diabo" de Ambrose Bierce;
04/07/2010
Sinto-me....
Pois o que eu sinto hoje não tem nada a ver!!!
02/07/2010
Calor vs. Frio
27/06/2010
Em suma...
25/06/2010
Há coisas fantásticas...
24/06/2010
Citação
Já dizia o meu caro Eça...
Como seria bom se, em vez de denunciarmos os que "se apregoam", os acarinhássemos e motivássemos para que pudessem atingir realmente a idealização a que aspiram.
Na falta de um carinho ou um reconhecimento vindo do exterior, a tendência é o próprio colmatar essa falha e proclamar evidentemente a sua boa índole e natureza casta, tornando-se motivo de crítica e rebaixamento por parte dos outros.
"A César o que é de César"; se agi bem, não ousem questionar-me ou tirar-me a glória, só porque julgam que estarão a evitar corromper-me por excesso de exaltação. Estão é a retirar-me a luz e a noção do que fiz de Bom e Belo. Acabarão por me desvirtuar do que é justo e, um dia, lamentarão em mim os defeitos que vós próprios me impingistes. Malditos, todos.
20/06/2010
Obtusidades
13/06/2010
"A Cabana", de Wm. Paul Young
Deus diz, a dada altura: "Exiges a tua independência mas depois reclamas por te amar o bastante para corresponder à tua exigência?"
08/06/2010
Carta para o "Pai Natal"
31/05/2010
Flawless
30/05/2010
Miminhos a mim
27/05/2010
Voltei!
"Não rastejes se sentes o impulso de voar", e eu segui à letra... =)